para pedir esclarecimentos, mas, atendendo ao adiantado da hora e ao esclarecimento que já existe em todos nós, vou fazer uma curta intervenção na generalidade.

Começo por registar a minha perplexidade em relação à intervenção do Sr. Deputado Ribeiro e Castro. Não percebi muito bem como é que expressou aqui que foi acompanhante do PSD quando o PSD foi derrotado no projecto de lei n.º 23/1 e explica agora que vota contra o nosso projecto porque é o retomar do projecto em que fomos derrotados. Há aqui qualquer coisa que eu não percebo, mas, enfim, certamente que depois ...

O Sr. Ribeiro e Castro (CDS): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Com muito gosto, Sr. Deputado.

com representantes de trabalhadores, com directores ' com administradores, um poder de coordenação sobre órgãos que de certo modo resultam da designação desta Assembleia e que têm uma competência também diferente. A articulação entre o órgão coordenador, distinto na sua composição e nas suas atribuições, com órgãos de certo modo coordenados, e que são distintos na sua composição, não me parece correcta e não é curial. Este é o motivo por que tratamos de forma diferente os dois projectos de lei, porque de facto se trata de projectos diferentes. Se o PSD recuperasse inteiramente a ideia do conselho parlamentar para a informação nos termos em que estava formulado e à qual nós também fazíamos umas objecções de pormenor, como se recorda, nós daríamos o nosso acordo. Simplesmente proeurou recuperar mal, proeurou recuperar metendo única e exclusivamente quatro representantes dos partidos num conselho que manifestamente não tem composição para isso.

O Orador: - Muito obrigado.

Deduzo da intervenção do Sr. Deputado Ribeiro e Castro que se lamenta não ter podido votar a favor de uma proposta que o CDS não fez. E natural (risos). Ora bem, quanto à questão de fundo, ela é a seguinte: nós, no projecto de lei n.º 49/I, explicávamos a razão que nos levava a apresentar este projecto normativo e desde logo apontávamos para a necessidade de audição do Conselho de Imprensa. Não se trata, evidentemente, de fazer averiguações sobre direitos de autor ou de paternidade, mas talvez não ficasse mal ao Sr. Deputado Ribeiro e Castro, quando se congratulou com isso, reconhecer que a iniciativa era do PSD: Aliás, se não o mencionou, toda a gente percebeu que a iniciativa era nossa.

Agora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o problema é este: disse o Sr. Deputado Soares Louro, encurtando razões, que trata um tema de cada vez, tal como um ilustre mestre da prosa portuguesa. Mas o tema que estamos a tratar também é só um: comunicação social. E não é por acaso que hoje, neste dia em que tivemos um privilégio inovador na política do Partido Socialista, que é o de ter aqui o Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social, tratámos de coisas tão distintas como a Anop e o Conselho de Imprensa. É que o tema é o mesmo: a comunicação social. E não veja na minha actuação qualquer azedume, porque de facto não há.

O Sr. Soares Louro (PS): - Dá-me licença, Sr. Deputado?

O Orador: - Com muito gosto.

O Sr. Soares Louro (PS): - Os sermões do padre António Vieira eram todos sermões sagrados!

O Orador: - Quando o Sr. Deputado citou o padre António Vieira, não pensei que fosse para chamar a si o teor sagrado dos ditos sermões. Mas curvo-me, mas curvo-me...

não um instrumento privilegiado de expressão, para todos os corpos sociais, de todas as correntes de opinião e até de válvula de escape, passe a expressão, para certas tensões sociais. Parece que é, parece que o tema é o mesmo, parece que em relação a todos os meios de comunicação social existem, de um modo ou de outro, os mesmos problemas. Porque não tratá-los conjuntamente? Porque é prematuro? Porque neste momento vamos passo a passo?