O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Isto é que é discutir autogestão!

O Orador: - Quanto ao Sr. Deputado Furtado Fernandes, algumas das respostas já estão implícitas.

Quanto à posição do CDS, no final da discussão se verá, pois na ocasião votaremos, temos de votar ...

O Sr. Rui Machete (PSD): - Que maçada! Risos do PSD.

O Orador: - Bem, depois veremos.

O Sr. Furtado Fernandes (PSD): - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Furtado Fernandes (PSD): - Se o Sr. Presidente me permitir, gostaria de clarificar um aspecto.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Furtado Fernandes (PSD): - Eu não pergunto como é que o CDS vota os projectos de lei apresentados pelo PS. Naturalmente isso ver-se-á aquando da votação.

Pergunto qual é a opinião, qual é a posição, o sentido do voto, sem que isso signifique que o Sr. Deputado me diga como é que o CDS vai votar.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - A posição é o sentido do voto. Ou o Sr. Deputado tem uma posição e vota de outra maneira?

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, agradeço que não interrompam o orador.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Foi um aparte, Sr. Presidente.

O Orador: - Eu estava a dirigir-me ao Sr. Deputado Rui Marrana, mas tenho muito prazer em dirigir-me ao Sr. Deputado Carlos Robalo, dizendo-lhe o seguinte: é evidente, Sr. Deputado, que quando aqui se discute um projecto de lei, ou vários, como é o caso, é normal que os partidos que usam da palavra expressem a sua opinião, sem que isso signifique necessariamente o sentido do voto.

Vozes do CDS: - Ora, ora!

O Orador: - Foi exactamente esta opinião que pretendi saber da parte da bancada do CDS, porque o sentido do voto foi uma pergunta feita pelo Sr. Deputado Carlos Brito e, se eu pretendesse fazer exactamente a mesma pergunta, não teria usado da palavra.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Carlos Brito pede a palavra, presumo, para um protesto.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - É efectivamente para um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

Apartes não audíveis do Sr. Deputado Carlos Robalo.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, quando o Sr. Deputado Carlos Robalo me der oportunidade, passarei a intervir.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Carlos Brito, penso que pode formular o seu protesto, uma vez que o Sr. Deputado Carlos Robalo já se encontra calado.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Não posso fazer um aparte? Ou os apartes são um exclusivo do PCP?

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Isso era uma conversa e não um aparte!

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - No seu entender!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peco-vos que não entrem em diálogo. Queira protestar, Sr. Deputado Carlos Brito.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria protestar contra o facto de o Sr. Deputado Rui Marrana não ter respondido a uma pergunta que seriamente lhe coloquei e, em contrapartida, ter aproveitado a oportunidade para, uma vez mais, provocar este grupo parlamentar.

O exemplo que o Sr. Deputado foi buscar, de um país socialista que visitou, daria muita conversa. Não é um país de mendigos e o Sr. Deputado sabe-o. Lá mesmo o constatou, Sr. Deputado. Também não me consta que aos seus companheiros de viagem tivesse o Sr. Deputado transmitido as impressões que agora aqui expôs à Câmara. Também é pena que o Sr. Deputado não tenha referido o nome desse país, pois é importante que se conheçam as opiniões do CDS acerca dos países com quem Portugal mantém relações diplomáticas, uma vez que o CDS tem agora grandes responsabilidades na nossa diplomacia. É pena, pois, que não tenha citado o nome do país, pois, tal como o Sr. Deputado diz relativamente aos trabalhadores, também o Sr. Deputado deve ser responsabilizado pelas suas palavras e pelos seus actos.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Com certeza!

O Orador: - Mas, de tudo o que se passou, concluo o seguinte: O Sr. Deputado não respondeu à última das minhas perguntas porque não quis fazer um juízo de valor acerca da ditadura fascista. É isso que se conclui da sua fuga à pergunta que lhe coloquei.

Aplausos do PCP.