necessidades de coordenação dos serviços médicos da Previdência.

Mas analisemos se assim sucede quer em relação à parte económica quer em relação à coordenação necessária ao seu funcionamento.

Em relação à parte económica, podemos verificar que uma grande parte dos actos 'médicos nos Serviços Médico-Sociais exigem duplicação, pelo que se me afigura pouco rendível em termos económicos e é aqui que está a explicação para o grande número de radiografias feitas nos Serviços Médico-Sociais, como referência feita pelo Sr. Primeiro-Ministro na apresentação do Programa do Governo.

A coordenação neste sector nada mais é do que a simples preservação de determinadas prerrogativas de ordem política em relação ao preenchimento de lugares, com o fim de manter determinadas chefias e uma centralização também necessária à distribuição de benesses.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Quanto ao problema hospitalar é bem conhecida de todos os Srs. Deputados a sua dimensão, no entanto, não deixo de sublinhar alguns dados que conheço, na prática como médico hospitalar, tais como: superlotação dos hospitais centrais, indefinição das carreiras médicas, indefinição das carreiras de enfermagem, não melhoria do conforto dos doentes internados nos hospitais centrais, insuficiente remuneração dos médicos hospitalares, para que possam dedicar-se integralmente aos seus hospitais e os sirvam sem necessidade de pluriemprego, falta de condições para que estes hospitais possam fazer uma investigação de acordo com o seu lugar na hierarquia hospitalar.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Parece-me necessária uma reforma, que não mais poderá ser adiada, para dar a saúde prometida a todos os portugueses, por uma revolução que até à data e neste campo nada mais tem sido do que promessas com o agravamento diário dessas condições, na qual ninguém parece apostar para que realmente se crie um Serviço Nacional de Saúde com as condições exigidas peia Constituição e em que os trabalhadores desse serviço estejam ao serviço de todos os portugueses e não de determinadas correntes políticas ou grupos de interesses ou funcionando ao sabor do momento.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Aproveito esta oportunidade para chamar a atenção dos responsáveis para as conclusões das jornadas médicas recentemente levadas a efeito em Coimbra e que envolveram algumas das personalidades, aliás, de diversos quadrantes políticos, mais competentes existentes no nosso país no campo da planificação da saúde, pelei que as passo a citar:

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Aflorados que foram alguns dos graves problemas, preconizadas soluções para outros, nas nossas estruturas de saúde, não poderia deixar de referir que alguns têm sido resolvidos momentaneamente, mas a título provisório, como o do serviço médico à periferia, que continua a ser válido, mas que não vê as suas perspectivas futuras integradas num Serviço Nacional de Saúde, onde o médico possa exercer uma função válida ao serviço da sociedade.