como o Sr. Deputado bem sabe, uma resposta peremptória por parte dos representantes dos Ministérios.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró, para responder.

do actual consenso entre os dois partidos para formação e manutenção até 1980 do II Governo Constitucional.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Muito bem!

O Sr. Severiano Falcão (PCP): - Sr. Presidente, dá-me licença?

O Sr. Presidente: - Para que efeito pede o Sr. Deputado a palavra?

O Sr. Severiano Falcão (PCP): - Sr. Presidente, é para uma breve pergunta ao Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Severiano Falcão (PCP): - Antes da pergunta que queria fazer ao Sr. Deputado Narana Coissoró, aproveitava para duas ligeiras anotações. A primeira delas é a seguinte: é que o Sr. Deputado Narana Coissoró já hoje fez rir esta Câmara, mas não é para louvar esse riso. É para chamar a atenção para a gravidade da sua intervenção.

O Sr. Rui Machete (PSD): - Muito bem!

O Orador: - E gravidade porque aquilo que o Sr. Deputado aqui afirmou dá bem a imagem daquilo que o povo português tem a esperar da permanência do CDS no Governo.

O Sr. Cunha Simões (CDS): - O Sr. Deputado não faz rir, faz é nojo!

Vozes do PCP: - Provocador!

O Orador: - Por outro lado, o Sr. Deputado teve a preocupação de declarar que apoia o projecto do PS. Foi importante tê-lo afirmado, e isso, só por si, é mais do que tudo aquilo que dissemos acerca do projecto do PS; a sua intervenção o caracteriza, e a perspectiva é daquilo que apenas possa ser remediável ou aproveitável no projecto do PS quando ele descer à subcomissão - a sua bancada e o Sr. Deputado, em particular, se encarregarão de retalhar o resto. Simplesmente, esse retalhar é retalhar os interesses, os sacrifícios que os trabalhadores portugueses, nas empresas autogeridas, têm vindo a fazer e que devia merecer o maior respeito e consideração da parte do Sr. Deputado e da sua bancada, uma vez que o Sr. Deputado afirmou que a sua bancada é muito coesa.

Mas a pergunta que queria fazer é esta: o Sr. Deputado continua a insultar os trabalhadores portugueses das empresas autogeridas. No entanto, o Sr. Deputado sabe que esse tipo de empresas ascende a cerca de 40 000, e que as empresas que são objecto dos projectos aqui em discussão não ultrapassam as 700. Então para o Sr. Deputado não é significativo que tantos milhares de empresas continuem a laborar e que só 700 tenham imposto a necessidade, para defesa dos postos de trabalho dos trabalhadores, de se combater desta forma a sabotagem da grande parte dos seus proprietários? Creio que isto é, por si, elucidativo e que devia, também, merecer maior respeito da parte do Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró, para responder.

O Sr. Narana Coissoró (CDS) - Sr. Presidente, quanto à parte introdutória do Sr. Deputado Severiano Falcão não responderei. Só tenho que congratular-me por ter excitado os seus nervos a tal ponto que o fiz rir, pois o seu riso é nervoso, não é outra coisa senão a de ouvir as verdades e ficar picado, como se costuma dizer.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Que engraçado!

O Orador: - Quanto à pergunta que fez não tem resposta porque, efectivamente, o Sr. Deputado Severiano Falcão atribui-me coisas que não estão na minha intervenção, nem na minha intenção, nem na intenção do meu grupo parlamentar. Nunca insultámos os trabalhadores...

Risos do PCP.

...mas o Partido Comunista gosta de dizer - para sua propaganda doméstica...

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - É para fazer reclamo...

O Orador: - ... que nos insultamos os trabalhadores; nunca odiámos a Revolução, mas o Partido Comunista gosta de dizer que odiamos a revolução. Mas é com eles... E se é assim que seguram as suas bases e prestam serviço aos seus militantes, pois que prestem melhor e que sejam felizes.

Ai Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - O CDS tem muitos anos nas prisões fascistas!...