Jorge Leite, Sr. Dr. Jorge Leite, devo dizer-lhe o seguinte: o Sr. Deputado faz sempre preceder as suas perguntas ide um esforço de humor. O que acontece é que, como lhe falta humor, realmente essa introdução tomasse trágica.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Para os trabalhadores é que é trágico!

O Orador: - E principalmente trágica,, porque depois as perguntas não dizem nada com esta introdução ou nariz de cera que V. Ex.ª, para imitar o seu brilhante parlamentar e predecessor, gosta de fazer. Mas não limite tanto, parque não tem jeito para isso.

Risos do CDS.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): - Olha o engraçadinho!

O Orador: - Quanto ao quis disse em relação à nossa teoria, perguntando, se não é co-gestão, o que é, pois digo-lhe que é puna e simplesmente o controle de gestão que está consagrado na Constituição da República Portuguesa. E te o Sr. Deputado não sabe que existe uma figura jurídico-constitucional do controle de gestão, realmente a culpa não é minha, pois V. Ex.ª é que cá dentro e lá fora se afirma como especialista de direito ido trabalho, sem sombra e ao sol, e (também como um constitucionalista exímio.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?

O Orador: - No final, Sr. Deputado, dou-lhe todo o tempo.

Quanto à questão do 0,5 % ou do l %, a manha posição é esta: todas as comissões de trabalhadores que encontrei no estudo que fiz eram todas comunistas.

Risos do PCP.

E devo dizer-lhe mesmo que no caso da Coetra de entre três trabalhadoras havia um indivíduo que trabalhava na contabilidade, que depões fugiu para a França e que nunca1 se recusou a dizer que pertencia a um partido de extrema-esquerda. Porque fique V. Ex.ª sabendo que eu mão entendo que apenas o Partido Comunista seja comunista, porque pana a esquerda do Partido Comunista há muitos parlados comunistas.

Risos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem então a palavra o Sr. Deputado Jorge Leite, para interromper o Sr. Deputado.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Bom, Sr. Deputado, à primeira provocação nem sequer respondo. Mas gostava que me disse-se onde é que eu alguma vez me afirmei, aqui ou lá fora, como especialista de direito do trabalho. Exijo que responda e

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Exige e eu respondo. Nós estamos fartos de ver no Diário de Lisboa fotografias de V. Ex.ª com o título "Especialista do direito do trabalho a conversar com este e aquele"; vemos no jornal Extra: "Especialista do direito do trabalho a dizer isto e aquilo"; no jornal da Intersindical, quando V. Ex.ª escreveu um artigo sobre despedimentos, V. Ex.ª foi apresentado coimo especialista do directo do trabalho " V. Ex.ª nunca escreveu uma carta a dizer: olhem que eu não sou especialista de direito do trabalho, para o futuro não ponham isso.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado Jorge Leite.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Entendo que o seu a seu dono, o que, significa que para o Sr. Deputado se alguém disser alguma coisa acerca do Sr. Deputado se deve tomar como uma afirmação do Sr. Deputado. É isso? Suponha que eu dizia que o Sr. Deputado é um especialista de direito dos patrões. Conclusão para o Sr. Deputado Narana Coissoró: o Sr. Deputado Narana Coissoró afirmou que é especialista de direito dos patrões.

Aplausos do PCP.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - E tem proveito!...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente, só para terminar.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Lamento que um especialista de direito do trabalho não admita que para se saber alguma coisa de direito do trabalho também tem de se saber alguma, coisa do direito dos patrões. Realmente, só uma visão sectária...

Risos do PCP.

... do direito do trabalho é que dá estes especialistas...

Aplausos do CDS.

O Sr. Aboim Inglês (PCP): - É só ciúmes...

O Sr. Presidente: - Espero que esteja encerrado o debate académico...

Tem agora a palavra o Sr. Deputado Jorge Leite para uma intervenção.

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Se o grupo parlamentar do meu partido aqui afirmar, uma vez mais, que perto de trinta mil trabalhadores mantiveram em laboração cerca de um milhar de pequenas e médias empresas paira evitar a ruína do aparelha produtivo, salvar o processo iniciado a 25 de Abril e garantir os seus postos de trabalho, a direita não gosta e procurará frustememte provar o contrário.