Mas podem ficar tranquilos os Srs. Deputados do Partido Socialista que lhes não pediremos para votarem o nosso projecto em nome da derrota da direita como, em sentido contrário, aqui fez o Sr. Deputado Jaime Gama ao pedir à direita para votar o Lei Barreto porque, dizia ele, votar a Lei Barreto era derrotar o Fartado Comunista.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Nem outro tanto, estamos seguros disso, fariam. os milhares de trabalhadores deste sector. Eles sabem que não vale a pena viver de cócoras". Mas reclamam, legitimamente, dos Deputados do Partido Socialista, reclamam de todos aqueles em quem confiaram o seu volto para a defesa dos seus legítimos interesses, que aprovem aqui um projecto que colha, proteja e apoie a sua experiência e os seus sacrifícios.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quase no fim deste debate bem poderíamos dizer, nós, Deputados comunistas, e bem poderão dizer os milhares de trabalhadores quis labutam neste sector, parafraseando um célebre dito, que se as empresas em autogestão têm dificuldades, então vivam as empresas em autogestão. Vivam com o trabalho, a organização, a capacidade criadora dos trabalhadores! Vivam com o apoio que merecem dos órgãos do Governo! Vivam com o carinho e o entusiasma de todos quantos acreditam no fim da exploração!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Encontram-se inscritos para pedidos de esclarecimento os Srs. Deputados Amândio de Azevedo, Furtado Fernandes, Marcelo Curto e Dieter Dellinger. Penso que a 1-ista está correcta, no entanto pergunto aos Srs. Deputados se há mais alguém que tivesse pedido a palavra e eu não tivesse reparado.

ausa.

Tem então a palavra 01 Sr. Deputado Amândio de Azevedo para pedidos de esclarecimento.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado Jorge. Leite, talvez paira ganhar tempo, resolveu fazer, no início da sua exposição, uma serie de afirmações que se dirigiam conjuntamente ao CDS e ao PSD. Relativamente a este assunto, devo dizer-lhe que não sei se as afirmações atribuídas ao CDS foram por eles feitas, mas sei é que as afirmações atribuídas ao PSD não foram proferidas nesta Assembleia da República, Sr. Jorge Leite. E é bom que o Sr. Deputado comece a desistir de medir pela mesma rasa o PSD e o CDS, porque estes são dois partidos claramente distintos...

O Sr. Cunha Simões (CDS): - Muito bem!

O Orador: -... e que, consequentemente, defendem interesses também claramente distintos, pois o PSD é um partido voltado essencialmente para a defesa dos trabalhadores...

Risos do PCP.

... e talvez o Sr. Deputado esteja muito desgostoso por isso se verificar porque assim vê o seu campo de actuação caída vez mais reduzido.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PCP: - Olhe que não!

diferentes e não afirmamos, em caco algum, nem sequer em termos de proporção, se uns são mais numerosos do que os outros ou se foram apenas os trabalhadores a ter culpas neste processo. O que nós afirmámos, e em termos muito diferentes dos que o Sr. Deputado referiu, foi que este processo de autogestão resultava de um programa ambicionado pelo gonçalvismo que procurava assam, por uma via indirecta e disfarçada, destruir completamente o sector privado da nossa economia.

Por conseguinte, estas são palavras muito diferentes daquelas que o Sr. Deputado proferiu e que mantemos inteiramente, porque sabemos e estamos convencidos e certos de que correspondem inteiramente à verdade.

or outro lado, Sr. Deputado Jorge Leite, não se admire que as críticas que dirigimos ao projecto de lei do PS tivessem focado essencialmente aspectos relacionados com a consideração devida aos interesses dos empresários.

O Sr. Presidente: - Desculpe interrompê-lo, Sr. Deputado Amândio de Azevedo, mas queria dizer-lhe que estou à espera que o Sr. Deputado faça as perguntas que tem para fazer ao Sr. Deputado Jorge Leite. O que o Sr. Deputado está a fazer é uma alegação de fundo e uma crítica à intervenção do Sr. Deputado Jorge Leite, cousa que não pode fazer e, portanto, peco-lhe que faça as suas perguntas imediatamente.

O Orador: - Faço já as perguntas, Sr. Presidente.

Mas no seguimento das considerações que estava a fazer, queria chamar a atenção do Sr. Deputado Jorge Leite para o facto de que não é legítimo inventar afirmações feitas por outros pana lhes dirigir críticas. E a