José Manuel Cabral Fernandes.

José Vicente de Jesus de Carvalho Cardoso.

Manuel António de Almeida de Azevedo e Vasconcelos.

Maria José Paulo Sampaio.

Rui Fausto Ferreira Marrana.

Vítor Afonso Pinto da Cruz.

Partido Comunista Português (PCP)

Álvaro Augusto Veiga de Oliveira.

António Joaquim Navalha Garcia.

António Marques Matos Zuzarte.

Cândido de Matos Gago.

Carlos Alfredo de Bruto.

Custódio Jacinto Gingão.

Ercília Carreira Pimenta Talhadas.

Fernando de Almeida Sousa Marques.

Georgete de Oliveira Ferreira.

Jaime dos Santos Serra.

Jerónimo Carvalho de Sousa.

Joaquim S. Rocha Felgueiras.

Jorge do Carmo da Silva Leite.

Jorge Manuel Abreu de Lemos.

osé Cavalheira Antunes.

José Manuel da Costa Carreira Marques.

José Manuel Maia Nunes de Almeida.

José Manuel Paiva Jara.

José Rodrigues Vitoriano.

Manuel Duarte Gomes.

Manuel Gonçalves.

Manuel Mendes Nobre de Gusmão.

Manuel do Rosário Moita.

Maria Alda Barbosa Nogueira.

Nicolau de Assunção Madeira Dias Ferreira.

Raul Luís Rodrigues.

Severiano Pedro Falcão.

Victor Henrique Louro e Sá.

Zita Maria de Seabra Roseiro.

União Democrática Popular (UDP)

Acácio Manuel de Frias Barreiros.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 155 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 14 horas e 35 minutos.

O Sr. Presidente: - Srs, Deputados, vai ser lido o expediente.

Deu-se conta do seguinte:

Carta

Da Embaixada de Israel, datada de 27 de Outubro de 1977, dirigida ao Sr. Presidente da Assembleia da República:

Tenho a honra de transmitir a Vossa Excelência o texto que recebi de Jerusalém por telex e que lhe é dirigido, por meu intermédio, pelo Presidente do Parlamento de Israel, I. Shamir.

Agradeço a Vossa Excelência a atenção que queira dispensar ao texto, de acordo com o seu conteúdo.

Aproveito a oportunidade paira reiterar a V. Ex.ª Sr. Presidente, os meus - maiores cumprimentos.

O texto que se refere esta carta é o seguinte:

Sr. Presidente:

Dirijo-me a V. Ex.ª enquanto Presidente do Parlamento, instituição que reflecte fielmente a opinião pública no vosso país.

Permito-me chamar a atenção de V. Ex.ª para um problema que inquieta vivamente o povo judeu e para o qual os membro do nosso Parlamento (Knesset) entendem ser seu dever chamar a atenção dos representantes de todos os países democráticos. Trata-se, Sr. Presidente, da campanha de incitamento ao anti-semitismo levada a cabo pelas autoridades na União Soviética. Nós sentimos a necessidade vital de acertar as nações esclarecidas para o perigo eminente que representa a adopção desta filosofia odiosa por uma potência mundial. Não vaie a pena enumerar as consequências possíveis de uma tal situação àqueles que viveram as angústias e os sofrimentos da última guerra.

Os meios de comunicação soviéticos, dirigidos quase exclusivamente pelas autoridades do regime e subvertidos por ondas de maledicência, atacam o património nacional religioso do povo judeu, div ulgam calúnias perniciosas acerca do movimento de libertação nacional do nosso povo e do nosso país independente. Não devemos subestimam a influência destes ataques, quando eles são contínua e infatigavelmente difundidos durante anos num país onde vivem mais de dois milhões de judeus e onde não existam órgãos não oficiais que os passam desmentir.

Temos em nosso poder milhares de artigos sobre a propaganda anti-semita que foram publicados e divulgados peia imprensa soviética, através de publicações pseudocientíficas, de panfletos permiciosos, bem como através da imprensa falada.

O facto de se incitar ao ódio ao judeu num país que já antes da Revolução de Outubro era tradicionalmente anti-semita, e no qual uma parte do seu território absorveu o veneno nazi anti-semita durante a guerra, um país que sofreu durante os anos de 1948-1953 uma perseguição inumana gravada no espírito dos judeus como «os amos negros», e cujo auge foi a acusação feita a médicos judeus de querer em exterminar toda a direcção soviética, estes incitamentos deveriam, Sr. Presidente, provocar a nossa inquietude, dado