centra todos os seus esforços em Beja, ou quando, por este ou aquele pretexto, os comandos vão fazer exercícios para o Alentejo, tentando atemorizar as populações, é a liberdade e é a democracia que estão em perigo. Não estamos a dramatizar nada, nem sequer estamos pessimistas, pois acreditamos que as forcas antifascistas hão-de abrir os olhos e hão-de enfileirar ombro a ombro como enfileiraram para conquistar o 25 de Abril, para agora o levar para a frente e não deixar ser roubado pelas forças fascistas e reaccionárias,

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, o Sr. Deputado Carlos Lage.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não pedi a palavra para responder às afirmações do Sr. Deputado Acácio Barreiros, mas para protestar contra uma das suas afirmações. Entretanto, quero insistir em que o Partido Socialista afirmou que se os cidadãos foram presos sem mandato de captura, estamos perante uma situação ilegal e inconstitucional. Quero sublinhar também que o Partido Socialista está perfeitamente consciente e tem em si a força necessária para se opor a qualquer movimentação ou a qualquer tentação totalitária da direita no País e que não participamos, como o Sr. Deputado Acácio Barreiros e com certas forças políticas de que ele é porta-voz, de uma espécie de obsessão ou de paranóia de perseguição às forças progressistas ou às forcas antifascistas, como ele acaba d& afirmar. Ainda não chegámos e nunca chegaremos em Portugal a essa situação, porque, na minha opinião e nas posições do Partido Socialista, continuam a ser as forças de esquer da e democráticas que mantêm o controlo estratégico da situação.

Mas o meu protesto, Sr. Deputado Acácio Barreiros, era contra uma sua afirmação de que esses cidadãos teriam sido presumivelmente incriminados por iterem participado em manifestações antifascistas contra a candidatura do Sr. General Ramalho Eanes. Considero isso, Sr. Deputado Acácio Barreiros, uma provocação e não podíamos passar em claro semelhante afirmação. A candidatura do Sr. General Ramalho Eanes à Presidência da República foi a candidatura de um patriota, de um democrata, de um defensor da Constituição. E é sem dúvida ele, general Ramalho Eanes, actual Presidente da República, o primeiro a rejeitar e a combater todos os alentados, todas as acções e todas as iniciativas que comprometam a realização da Constituição, a democracia e as liberdades em Portugal.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Acácio Barreiros para um contraprotesto.

candidatos, têm o direito de manifestar o seu desacordo em relação a esse candidato. Têm, por exemplo, o direito de manifestar o seu desacordo e opor-se a manobras provocatórias organizadas pelo PSD e CDS em relação a apoios a esse candidato ou, sob pretexto disso lançarem manobras provocatórias como fizeram em Beja em relação a antifascistas. Os antifascistas e as pessoas que continuam a não acreditar nesse candidato têm o direito de se manifestar. Além disso, eu apenas falei em manifestações de apoio ao major Otelo e de protesto e oposição a esse candidato. Por isso, o seu protesto não tem qualquer razão de ser, já que essas manifestações têm a mesma legalidade daquelas que foram feitas de apoio ao general Ramalho Eanes e de protesto e oposição ao major Otelo.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Gualter Basílio pediu a palavra para que efeito?

O Sr. Gualter Basílio (PS): - Era para formular um pedido de esclarecimento ao Sr. Deputado Acácio Barreiros, mas creio que o tempo está esgotado e já não o poderei fazer.

O Sr. Presidente: - De facto, já não tem, Sr. Deputado.

Agora tem a palavra o Sr. Deputado Barbosa de Melo para uma proposta de voto.

mundo que então, e até então, dominávamos.

Vozes do PSD: - Muito bem!