O Sr. Furtado Fernandes (PSD): - Sr. Deputado e o Programa do governo?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Veiga de Oliveira, tenha a bondade.

O Sr. Veiga de Oliveira (-PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Sr. Deputado Cunha Reis fez uma intervenção que em nada me surpreendeu e, também agora, na resposta aos pedidos de esclarecimento, refugiou-se num documento ainda há pouco distribuído pelo Sr. Ministro da Reforma Administrativa.

Eu não sei se lhe pergunte, a si se. ao Sr. Ministro, em todo o caso suponho que não infrinjo o Regimento se perguntar que é feito dos 200 000 funcionários que faltam no número que consta aqui, já que aqui o total de funcionários, embora tenha uma chamada que não se diz o que é, é de 117 000 'o nós sabemos, mesmo pelos números do Governo quando avalia montante global dois aumentos, que eles são muito mais que 300000.

O Sr. Narana Coissoró (CDS):. - Quantos?

gratificações. de chefia, dizendo que são coisas insignificantes, quando atingem, mais de 30 % do ordenado base e alguma razão haverá para que nas publicações divulgadas pelo. Governo esses números não, tenham aparecido. E sobre isto nós gostávamos de perguntar ao Sr. Deputado qual a razão que o leva a falar, de, "números bem modestos".

O Sr. Narana Coissoró (CDS)-. - Importa-se de repetir a parte final?

O Sr. Deputado diz que negociar não pode significar a cedência e a demissão total de, uma, das partes. Nós estamos inteiramente de acordo, mas pergunta-se: então negociar será exigir que os sindicatos aceitem. pura e simplesmente a proposta do Governo, isto é, se a cedência é do Governo, isso não é negociar, mas se a cedência é dos sindicatos, isso já é negociar? O Sr. Deputado poderá esclarecer o que é que entende facto por negociação e também so entende que da parte do Ministério da Reforma Administrativa houve efectiva tentativa de negociar, sem falar em datas?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Cunha Reis, para responder.

O Sr. Cunha Reis (CDS): - Sr. Deputado, quanto à primeira pergunta: onde' é que estão os números referentes aos - outros 200000 funcionários ou agentes do Estado, devo dizer-lhe_

O Sr. Veiga De Oliveira (,PCP): - Posso- interrompê-lo, Sr. Deputado?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Na Assembleia da República, por exemplo, vêm aqui mencionados 129 funcionários. Eu certifiquei-mo e sei que são 129, mas sei também que 5 estão doentes. Para completar pergunto-lhe: sabe se esses 5 que estão doentes fariam greve ou não, e, no. caso vertente, se, essa questão não se porá em relação a outros?

O Orador: Não, Sr. Deputado.

Mas como ia dizendo., em relação aos outros 200 000, devo dizer-lhe que não, sei se o Sr. Deputado continua a dispor do uma rede, de, - informações tão bem montada que lhe pe'rm1ta ter informações mais completas do, que um aparelho de, Estado que já não dispõe de meios -o talvez antigamente dispusesse para fazer um controle tão apertado desses números. 0 que acho muito estranho é que o Sr. Deparado conteste, números verídicos que são. recolhidos pelo aparelho de Estado, com os meios que tem ao seu dispor, g. que em princípio deveriam ser bastante mais exactos do que os seus. Não sei se o Sr. Deputado dispõe, de alguma rede privativa de, informações, mais completa do que a do Estado, mas, se tem, agradecia-lhe que,, nos transmitisse essas informações, que lhe ficaríamos muito gratos.

Quanto à questão das chefias, desculpe, Sr. Deputado, por eu ir ser breve, pois o Sr. Presidente hoje está extremamente. rigor com os tempos...

O Sr. Presidente: -O Sr. Deputado. hoje está extremamente precipitado, pois o Presidente não está nada rigoroso. Está de tal maneira condescendente que' já permitiu que V. Ex.ª falasse mais dois minutos do que lhe é permitido.

O Orador: - Muito obrigado, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Mas eu desculpo-lhe este piropo, pois trata-se- de um jovem Deputado que está a iniciar a sua carreira. Não, tem importância nenhuma.

Faz favor de continuar.