etc. -, considerando tudo isso como pouco. Além disso, foi também já feita a crítica dos que determinados impostos aumentaram excessivamente.

Pergunto: seria, efectivamente, possível fazer essa consolidação este amo, dos valores astronómicos que isso representa, ou será a verba dos 7 250 000 contos a única verba possível e aquilo que deverá ser feito, não só por este Governo, mas possivelmente por qualquer outro Governo este ano?

O Sr. Presidente: - Ainda para pedidos de esclarecimento, tem a .palavra o Sr. 'Deputado Sérgio Simões.

O Sr. Sérgio Simões (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Alda Nogueira: A Sr.ª Deputada fez, na realidade, um discurso muito bonito, mas que após espremido não dá nada.,

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Obrigada, obrigada!

O Orador: - A questão de fundo que se nos apresenta, para além de algumas questões que já foram posta?, é a seguinte: a Sr.ª Deputada advoga, com pretensões justas, uma melhoria do poder de compra dos trabalhadores. Essa melhoria do poder de compra dos trabalhadores deve ser feita de forma artificial ou, peio contrário, devemos adoptar uma política realista que, a médio prazo, venha proporcionar uma efectiva melhoria da condição de vida dos trabalhadores

Uma outra pergunte que lhe queria fazer é esta: a melhoria do poder de compra e bem-estar dos trabalhadores e a receita que o PCP advoga será a mesma que utilizou em 1975, isto, uma melhoria e um bem-estar aparentes das condições de vida dos trabalhadores, à custa das divisas em moeda estrangeira que o país possuía e de que agora pagamos a factura?

Risos do PCP.

O Sr. Presidente: - Se assim o entender, pode responder, Sr.ª Deputada Alda Nogueira.

A Sr.» Alda Nogueira (PCP): - Srs. Deputados, em primeiro lugar, cumpre-me agradecer, uma vez que o tal discurso bonito que não dava nada, parece que deu muitos pedidos de esclarecimento.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - É a simpatia da Sr.ª Deputada!

Em primeiro lugar e em relação às perguntas do Sr. Deputado Amaro da Costa, queria fazer a seguinte referência: quando se fazem comparações entre percentagens, nível. de vida, rendimentos per capita, etc., há que ter em conta as situações reais dos países que se comparam. Se o Sr. Deputado traz aquilo nível do consumo privado dos países da OCDE, que se situa à roda dos 60%, penso que o Sr. 'Deputado não pode deixar de ter em conta o rendimento per capita do nosso país, que era, na altura do derrube do governo fascista, o mais baixo da Europa.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): -Sr.» Deputada, posso interrompê-la? -

A Oradora: Queixo-me apenas terminar a ideia que já lhe concedo a palavra, Sr. Deputado.

Fazer, comparações entre situações deste tipo, completamento diferentes, não redunda numa comparação, redunda em qualquer coisa que nada tom a ver com comparação.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Talvez eu não tenha sido muito claro, Sr.ª Deputada. As comparações que fiz não foram em termos de níveis de vida, nem de condições.

A Oradora: - Foi de consumo privado.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Foi em relação à estrutura da economia, quer dizer, ao volume de recursos que se dedica a cada um dos grandes sectores da despesa interna, isto é, ao consumo público, ao consumo privado, à formação bruta de capital fixo, à formação de Stocks.

A Oradora: - Ê exactamente isso.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - É neste esquema de raciocínio, que tem a ver com as distorções profundas estruturais que existem na sociedade portuguesa, que me permiti salientar que a média dos países da OCDE representa...

A Oradora: - Já percebemos.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - ... cerca de 60% para o consumo privado e, em 1977, em Portugal o nível de consumo privado foi de 74,4 %.