o Sr. Deputado Victor Louro. Entretanto, como são quase 20 horas, não sai se o Sr. Deputado Victor Louro pretende usar da palavra hoje, mas certamente não será possível.

O Sr. Victor Louro (PCP): - Faca pata amanhã, Sr. Presidente.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Sr. Presidente, posso interrompê-lo?

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Se o Sr. Deputado Victor Louro não intervém, posso fazer a minha segunda intervenção?

O Sr. Presidente: - Pode fazê-la em sete minutos?

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Sim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tenha a bondade.

quipa ou outra qualquer. O que eu referi na minha intervenção é que os agricultores portugueses não podem estar permanentemente à mercê de políticas que mudam frequentemente. O caso que citei, concretamente, era a linha de crédito aos ruminantes, que não sei sequer se foi dos actuais membros do Ministério da Agricultura e Pescas, até podiam ser membros do meu partido que a crítica para eles vai direitinha na mesma. O que é certo é que se instituiu uma linha de crédito para criação de ruminantes sem terra com muita demagogia de premeio - dizendo-se que se resolveriam os problemas da carne, etc. - quando, efectivamente, a actual equipa do Ministério da Agricultura e Pescas

considera que essa política está errada. Eu pessoalmente considero que esta orientação está certa e disse-o na minha intervenção. O que não há dúvida é que chegaram até mim, por exemplo, diversos agricultores que estão neste momento com instalações de pecuária de ruminantes sem terra em vias de falir por que não têm rações para darem aos animais, nem têm possibilidades de crédito para sobreviverem.

Não há dúvida nenhuma de que a situação é grave e atinge pessoas inocentes. A culpa pode não ser da actual equipa do MAP, mas o que é certo é que é a política que vigora e os governantes se devem penitenciar dela.

Era apenas isto que queria referir. Não acusei ninguém. Limitei-me a referir um facto que prejudica os agricultores que confiaram nessa orientação.

O Sr. António Campos não tem razão quando dirigiu as palavras que me dirigiu. A crítica que fiz foi ao Ministério e não a pessoas. Conheço o Sr. António Campos e as suas posições, com algumas das quais até estou de acordo. O que não há dúvida é que no caso das cooperativas agrícolas - o caso do vale da Varosa foi um exemplo - e eu até nem estava no Ministério quando isso aconteceu, pois foi, se não estou em erro, no IV Governo Provisório que se deram casos destes e em outros sítios. Não se concebe, de fac to, que uma comissão liquidatária de um grémio vá arrecadar verbas tão grandes na tal comissão de 1,5%, que é subtraída às próprias instituições bancárias. Essa actividade pertence às instituições de crédito, o não à comissão liquidatária de um grémio de lavoura qualquer, que assim se transforma em mais um intermediário.

Não estou de acordo com o Sr. Ministro quando diz que o que referi é uma situação neocorporativista para as caixas de crédito agrícola mútuo.. Penso exactamente o contrário. O que referi foi que as caixas de crédito agrícola mútuo admitem uma auditoria técnica às suas actividades - auditoria técnica, friso -, mas o que não admitem é que ela, através da Caixa Geral de Depósitos, vá além de uma auditoria técnica para fazer também o controlo social das caixas e utilizar mais vezes o poder discriminatório na concessão do crédito. Demora demasiado e para umas há, para outras não há. As mais pobrezinhas não têm possibilidades de fazer financ iamentos, pois dependem das esmolas dos senhores.

Sr. Ministro, as caixas pretendem ficar controladas pela auditoria técnica do Banco de Portugal em igualdade de circunstâncias do que é utilizado por este organismo para com os bancos. A sua contabilidade deve ser avalizada tal qual como qualquer banco e não pela Caixa Geral de Depósitos, pois neste domínio as caixas têm largas queixas desta instituição.

Dizia eu, portanto, que o IFADAP, em primeiro lugar, pudesse refinanciar as caixas. As operações seriam como actualmente funcionam com o parecer dos serviços técnicos do MAP, os quais considero que devem sor cada vez mais exigentes na análise dos programais, para evitar o descaminho do crédito, como aconteceu na pecuária, em que muitos créditos concedidos para a pecuária através do banco não resultaram na utilização de um único tijolo para a construção das instalações. É necessário uma mora-