Uma voz do PS: - Ah!...

A Oradora: - Uma coisa é certa, elas não escapam aos trabalhadores portugueses, que deram a maioria ao PS e ao PCP, não para que medidas conto estas fossem tomadas mas para que o Governo PS-PCP fosse constituído e se tomassem medidas para começar a resolver os seus problemas.

Os preços que já subiram no ano transacto cerca de 40 %, acabam de sofrer, nos produtos ligados ao chamado «cabaz de compras», um aumento entre 20 % e 30 %, enquanto os restantes produtos de consumo serão libertos e nós poderemos prever que eles subirão a um ritmo vertiginoso e que ao mesmo tempo a sua subida será agravada, já que o Orçamento prevê o aumento do imposto de transacções, que! ode chegar a 30 %.

Esta subida vertiginosa dos preços que contrapartida encontra ela, segundo o Plano, em termos de aumentos salariais de maneira que a justiça social possa ser realizada?

Aumento de salários correspondente? Não! Não é prevista uma taxa de aumento salarial superior a 20 %, o que leve a uma diminuição drástica do poder de compra das massas trabalhadoras. Mas não chega para o Governo actual esta diminuição drástica do poder de compra das massas trabalhadoras, pois o Governo propõe-se aumentar o imposto profissional e o imposto complementar em 10 % e 15 %.

Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Os trabalhadores portugueses, que pela sua luta permitiram a existência da liberdade democrática e o funcionamento desta Assembleia, para a qual elegeram a maioria aqueles que falavam em seu nome, têm o direito de perguntar: o que se pretende com estas medidas? Atirar os trabalhadores para a miséria? Mas atirar os trabalhadores portugueses para a miséria ,não é equivalente para a enriquecer e a reforçar aqueles que durante cinquenta anos esmagaram a democracia e sabotaram a economia?

Diz-se que não há dinheiro neste país para pagar salários aos trabalhadores. Mas para onde irão os 9 milhões de contos de subsídios do chamado «cabaz de compra ».

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - 8 milhões!

A Oradora: - Não sou eu que o afirmo, foi o Sr. Deputado António Barreto que o afirmou, no ano passado, nesta Assembleia, que estes 9 milhões de contos serviam para subsidiar unicamente os grandes intermediários,

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Atenção à afirmação que não haveria dinheiro no País para evitar que os trabalhadores caíssem na miséria quando os preços aumentam vertiginosamente.

O actual Ministro do Comércio, ex-secretário-geral do CDS, foi também dirigente da CIP, órgão dos grandes capitalistas e grandes intermediários.

Atenção, Srs. Membros do Governo, quando se afirma que não há dinheiro no País para evitar a miséria dos trabalhadores.

Atenção, Srs. Membros do Governo, quando se diz que não há dinheiro para dar as verbas necessárias ao ensino, à saúde, ao saneamento básico, aos transportes, às autarquias locais, porque os trabalhadores

portugueses verificam que o dinheiro existe, não só para manter a verba escandalosa dada no ano passado à GNR, à PSP e às forças armadas, mas ainda a aumentar este ano de 25 para 29 milhões de contos.

Os trabalhadores e os soldados portugueses acabaram com a guerra colonial há quatro anos. Que nova guerra é que se estaria a preparar?

Atenção, Srs. Ministros, quando explicam aos trabalhadores que não há dinheiro para resolver os seus problemas porque há dinheiro para pagar perto de 1000 contos ao general Spínola, organizador do 28 de Setembro e do 11 de Março e que o Conselho da Revolução acaba de integrar nas forças armadas.

Atenção, Srs. Membros do Governo, quando se afirma que não há dinheiro para resolver os problemas do povo português quando ao mesmo tempo se propõe dar cerca de 100 milhões de contos de indemnização aos capitalistas que se sentiram prejudicados com a revolução.

Atenção quando se diz que não há dinheiro quando se aprova um código de inve