balanço e, portanto, também a resposta às considerações feitas pelo Sr. Deputado nesta matéria. Desde já, no entanto, queríamos chamar-lhe a atenção para o facto de que, a propósito da questão de saber se as oposições apresentaram ou não alternativas, após as observações críticas feitas, que o Sr. Deputado considera superficiais, às duas propostas do Governo, creio que no interior da coligação há opiniões ligeiramente diferentes. Já ouvi aqui reconhecer, e já li nos jornais, da parte de membros do Governo, que de facto houve propostas alternativas da parte da Oposição. Não é esse o entendimento do Sr. Deputado Amaro da Costa - é uma questão interna da coligação. Não queria deixar passar em claro o facto sem uma anotação, mas de qualquer maneira é um problema vosso e nós amanhã, quanto ao balanço do debate, daremos a nossa resposta.

Agora as duas perguntas que lhe queria fazer são as seguintes: reconheceu aqui, há dias, o Sr. Ministro das Finanças que o Orçamen to que o Governo apresentou à Assembleia da República é o mesmo Orçamento que já tinha sido apresentado pelo I Governo Dr. Mário Soares.

Vozes do PS: - Não é verdade, não é bem assim!

pública como uma greve política. Hm relação à manifestação do Porto, se são boas as informações que possuo, os próprios manifestantes tiveram o cuidado, através dos cartazes e dos dísticos com que desfilaram, de assinalar claramente que a sua manifestação era contra aspectos concretos da política do Governo, tiveram o cuidado de, ao mesmo tempo que protestavam contra o aumento dos preços, manifestar o seu apoio ao regime democrático em que vivemos e que é fundamental para os trabalhadores defenderem. Mas a questão que o Sr. Deputado levanta é inquietante e preocupante, e é tanto mais quanto um destacado dirigente do CDS e actualmente membro do Governo da coligação também dizia há dias que é necessário discutir menos política e trabalhar mais. Esta frase é, evidentemente, infeliz, porque recorda outros tempos em que se não discutia política nenhuma e nem por isso o progresso e o desenvolvimento do País foram assinaláveis, como bem sabe. Pelo contrário, fomos remetidos para o último lugar da escala europeia em todos os indicadores económicos fundamentais. Mas estas maneiras de dizer da parte do CDS, quer a do seu colega há dias, em conferência de imprensa, quer a sua agora, são na verdade Inquietantes e preocupantes. Qual é a noção que o CDS tem da democracia?

Risos do CDS.

Mais concretamente, Sr. Deputado Amaro da Costa: pensa o CDS que a política que nos é proposta nas propostas de lei do Plano e do Orçamento para 1978 só poderá ser realizada com êxito em estado de sítio, em estado de emergência, ou o Sr. Deputado entende que essa política que defende e considera excelente se pode realizar no pleno gozo, por parte dos cidadãos, das liberdades democráticas?

Vozes do PCP: -Muito bem!

O Sr. Presidente:- Sr. Deputado Amaro da Costa, há mais três Srs. Deputados inscritos para pedir esclarecimentos. O Sr. Deputado pretende responder já ou no fim?

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Prefiro responder já, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então tenha a bondade, Sr. Deputado.

O Sr. Amaro da Cosia (CDS) - Sr. Deputado Carlos Brito, tive o cuidado de redigir o balanço que faço sobre este debate em termos económicos, isto é, para cada adjectivo ou substantivo qualificativo do debate eu apresentava duas justificações em alternativa. O Sr. Deputado acolheu as que bem entendeu, tomou as dores de outros. Está no seu pleno direito, já que o Sr Deputado com certeza não pretenderá o monopólio de falar em nome da Oporão.

Por exemplo, quando eu dizia que o debate foi insípido, na repetição de modelos de referência desajustados da realidade política e económica do País ou na formulação desinteressada de questões para queimar tempo, obviamente aplicava a primeira parte ao PCP e a segunda ao PSD.

Uma voz do PSD:- Ah sim??

Risos do PS.

O Orador: - Não disse, naturalmente, que o PCP não tivesse apresentado modelos de referência, isto é, alternativas, o Sr. Deputado é que o quis entender dessa maneira. Está assim tão complexado sobre as alternativas que o seu partido apresenta ou tem tão pouca confiança nestas que julga que nós não as entendemos?

O Sr. Carlos Carvalhas (PCP):- Só que as do Governo já passaram pela prática!

O Orador: - Quanto à questão do Orçamento, Sr. Deputado, não me recordo nunca de ter dito que o Orçamento de 1 Governo Constitucional apresen-