debate ultracientífico e rigoroso, retirarei a referência que fiz e darei razão ao Sr. Deputado.

Estamos, pois, de acordo. Não há recessão nem necessidade nenhuma de salto tecnológico. E por isso, alegremente, cá vamos à procura da ajuda dos países capitalistas, porque dos "outros", devo dizer-lhe, não tenho notícia de ter vindo grande ajuda.

Quanto ao requisitório ao PCP, mais uma vez, Sr. Deputado, não ganhe complexos. Eu falei, na minha intervenção, se tanto, dois ou três minutos sobre o PCP. O Sr. Deputado, por artes de berliques e berloques, transformou isto num requisitório ao PCP.

Risos do PCP.

Cada um entende as coisas ã sua maneira. Eu não tenho esses complexos. Não tenho complexos de ser inquisitorial ou requisitorial em relação ao PCP. Dediquei-lhe uma escassa passagem da minha intervenção TIO que diz respeito ao comportamento da Oposição, e penso que o PCP ainda é partido da Oposição, e vai ser por muitos anos, graças a Deus.

O Sr. Lino Lima (PCP):- Isso é complexo de superioridade!

O Orador: - É complexo de superioridade, pois claro que é. Não é complexo de inferioridade, que esse é muito pior.

Finalmente, o Sr. Deputado pergunta-me se os aumentos de preços são medidas desestabilizadoras.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Podem ser!

O Orador: - Se forem feitos de uma forma que não tenha justificação, se forem feitos sem fundamento, se não tiverem por detrás um apoio sólido, é evidente que sim. Mas suponho que o Sr. Deputado não vai insinuar que os aumentos de preços têm essas características, porque, se o disser, então nessa altura incorrerá na obrigação de o demonstrar, o que não fez.

Vozes do CDS: -Muito bem!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Magalhães Mota, também para pedir esclarecimentos.

O Sr. Magalhães Mota (PSD): -Sr. Presidente, Srs. Deputados: Creio que, sem nenhum espírito de controlar as suas presenças nesta Sala, o Sr. Deputado Amaro da Costa esteve bastante tempo ausente do debate. Ora é da sabedoria popular que o balanço feito por quem não está à testa do estabelecimento tem mais erros do que o feito por quem efectivamente participa na gestão.

O Sr. Deputado Amaro da Costa falou em problemas políticos importantes e eu creio que talvez tenha andado também aí um pouco a sacudir a água do capote, naquele espírito de meio termo que às vezes é característico.

Pois será que o CDS já não pretende rever a Constituição? Pois será que o sufrágio impede a crítica? Pois será que não há nenhuma questão no âmbito da coligação? Ou o Sr. Dr. Almeida Santos, ilustre Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro, falou precipitadamente sobre as declarações do vice-presidente do Grupo Parlamentar do CDS? Apoia o CDS o Ministro da Agricultura do Governo? Quais são as diferenças de concepção entre este Orçamento e o do ano passado que justificam a diferença de comportamento? O que se mudou nas negociações com o Fundo Monetário Internacional que também justifica a sua mudança de posição, quando ainda no debate que provocou a queda do I Governo Constitucional, do alto da tribuna, o CDS era acusado pelo Sr. Primeiro-Ministro, com o dedo espetado, e em termos de provocar um protesto sentido, e com certeza muito sincero, do Sr. Deputado Amaro da Costa, de querer evitar, a todo o custo, as negociações com o Fundo Monetário Internacional?

São tudo questões que esta Assembleia e todos nós muito ganharíamos em ver esclarecidas, porque, quanto à exploração política que tentou fazer do debate, em termos de tentar intervir em questões do meu partido, dir-lhe-ei muito simplesmente, Sr. Deputado, que honra lhe seja feita que ninguém, nesta bancada, lhe inveja qualquer benefício que possa colher do oportunismo e da subserviência.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Amaro da Costa para responder, se assim o desejar.

indiscutível alcance nacional e político, porque estou em crer que afectam não apenas o partido - o Partido Social-Democrata -, mas também, necessariamente, o conjunto do País e o próprio sistema democrático, na medida em que sobre eles se projectam.

É uma análise discutível. Outros terão outra - estarão no seu direito, que não contesto. Peço é que não contestem o meu direito de fazer os juízos críticos que bem entenda e de chamar a atenção para aquilo que me pareça oportuno.

Naturalmente descontarei como exagero de linguagem do Sr. Deputado, fruto de não sei bem o quê,