um acto claramente político num simples caso de polícia ou num simples acto criminoso.

Vozes do PS. - Muito bem!

ode ser honrada; os actos desta natureza é que a desonram. Esta é inegavelmente uma forma de cobertura a esses actos.

Aplausos do PS e do PCP.

Aliás, estamos habituados a este tipo de posições. Ainda não vimos o Governo Regional, ainda não vimos o PPD/PSD, condenar formalmente, explicitamente, de uma forma frontal, os actos ditos separatistas que são praticados por uma minoria de fascistas a soldo dos interesses da grande burguesia local.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador. - Simplesmente se repudiam as formas, os meios atrabiliários, a violência que está nesses, actos e não as causas e os motivos desses actos. E seria uma atitude patriótica e democrática recusar não só os actos mas as suas motivações reais e aparentes. Mas parece-me que há aqui a defesa da via legal e pacífica para o separatismo e uma recusa da via violenta. Essa é que é a grande questão. Parece que há quem esteja apostado numa estratégia a longo prazo, muito meiga, muito lenta e muito subtil, para conseguir o separatismo. E são esses os mais perigosos. Não é a tropa de cheque, não são os arruaceiros, não são gente desqualificada como aquela que atacou Almeida Santos que são a ameaça e o perigo para a unidade nacional e para que os Açores se não mantenha como parte integrante e autónoma do território nacional. São aqueles que não são capazes de acusar, de denunciar e de combater e, que ocultam, disfarçam e camuflam, que são os verdadeiros inimigos da paz nos Açores , da democracia e do povo açoriano.

Uma voz do PS: - Muito bom!

O Orador. - É isso que está no voto do PPD/PSD. É essa camuflagem, é essa hipocrisia. É um voto de «tartufos».

Aplausos do PS e do PCP.

O Sr. Meneres Pimentel (PSD): - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Eu já inscrevi o Sr. Deputado, Meneres Pimentel uma vez só e é o suficiente. Escusa de o pedir por três vezes.

Queria apenas saber para que efeito pediu a palavra.

O Sr. Meneres Pimentel (PS): - Sr. Presidente, desejava fazer um esclarecimento ao Sr. Deputado Carlos Laje.

O Sr. Presidente:- Faz favor, Sr. Deputado.

O Sr. Meneres Pimentel (PSD): - Quanto à insistência da minha inscrição, ela é apenas o resultado, de efectivamente eu ter pedido para interromper o Sr. Deputado Carlos Laje, no sentido de lhe prestar esclarecimentos, o que farei agora.

Muito, calmamente, muito sinceramente, eu pretendo esclarecer a segunda parte dos considerandos deste voto, ou seja, aquela que diz: «Tais actos repugnam a qualquer consciência cívica e como tal não podem nem devem ser considerados actos políticos, porquanto apenas desonram não só quem os pratica como a causa que invoca defender.»

Queria esclarecer que o sentido deste considerando é exactamente o contrário do que o Sr. Deputado acaba de dar. Queremos dizer com isto que estes actos e digo-lhe isto com toda a sinceridade, para que fique clarificado de uma vez por todas- são tão repugnantes a qualquer consciência cívica, seja ela qual for, que nem merecem ser considerados actos políticos. É o sentido do absurdo, porque estes actos são de tal maneira aviltantes, são de tal maneira, graves, que nem sequer podem ser considerados actos políticos.

E por isso é que se acrescenta que «eles desonram não só quem os pratica» e - poder-se-ia aqui ter acrescentado- a «pretensa» causa que invoca defender. Quer dizer, destes actos são inexistentes politicamente, tal a sua barbaridade, tal o qualificativo que lhes dei há pouco de terrorismo.

Creio que com esta explicação sincera, que é o sentido exacto do que se pretende aqui dizer, segundo a nossa interpretação, pois fomos nós os autores do voto, o seu grupo parlamentar tomará com certeza outra atitude.

Uma voz do PS: - É o que se chama dar a volta ao texto!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Laje.

O Sr. Carlos Lage (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A explicação que acaba de ser dada leva-me à reflexão de que os actos da Pide eram tão repugnantes que não podiam ser considerados actos políticos.

Vozes do PCP:- Muito bem!