meu camarada Amândio de Azevedo, agredido no seu próprio gabinete quando era Secretário de Estado dos Retornados. Estou a pensar no meu camarada Eduardo Vieira, que viu a sua casa alvo de uma bomba. Estou a pensar num militante do nosso partido morto em Famalicão e estou a pensar num militante nosso morto nas Caldas da Rainha. Tudo isto aconteceu efectivamente e nunca o Conselho de Ministros reuniu para apreciar estas situações de violência.

Vozes do PSD: - Muito bem!

Vozes do PS: - Não era o PS!

O Orador: - Nós condenamos umas e condenamos outras.

No fundo o que o Partido Social-Democrata não pode permitir nem permitirá é que se empolem factos para fazer campanhas de carácter político-partidário ...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... e que no fundo das motivações da repetição constante de votos deste tipo esteja uma campanha contra o Governo Regional dos Açores.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - No fundo, essa campanha visa a própria autonomia das regiões autónomas.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Sr.ª Maria Emília de Meio (PS): - Não apoiado!

O Orador: - No fundo ataca a própria Constituição ...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... e os direitos que ela reconhece às populações dessas ilhas.

Aplausos do PSD.

O Orador: - Não aceitaremos que, como o Dr. Almeida Santos disse em S. Miguel, se considere que essa ilha é um reino de terror.

A Sr.ª Maria Emília de Meio (PS): - E é!

O Orador: - Não aceitaremos que, como ele também disse, nessa ilha acabou o regime de liberdade.

A Sr.ª Maria Emília de Meio (PS): - É verdade!

O Orador: - Não aceitaremos a afirmação de que a agressão de que foi vitima poderá ser a semente da liberdade em S. Miguel.

15to são insultos à população das ilhas ...

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: - ... insultos esses que as populações das ilhas repudiarão vivamente e que nós repudiamos nesta Câmara.

Não aceitaremos explorações deste tipo e que se esteja a fazer do Dr. Almeida Santos uma nova Catarina Eufémia, não sei com que intuitos.

Aplausos do PSD e protestos do PS e do PCP.

. O Orador: - Consequentemente, o Partido Social-Democrata, embora entenda que já definiu claramente as suas posições e que não havia aqui que renová-las, votará favoravelmente os pontos 1 e 2 do voto de protesto apresentado pelo Sr. Deputado Acácio Barreiros, coerente com o repúdio que sempre fez das acções de violência. Mas fá-lo com duas ressalvas: não votará o n.º 3, porque entende que é perfeitamente ilegítimo e insultuoso falar de um clima de violência e de terror fascistas nos Açores e portanto não aceita, a nível dos considerandos, aquilo que ai também se diz, que os incidentes tenham ocorrido "perante a passividade do Governo Regional".

A Sr.ª Maria Emília de Meio (PS): - É a verdade!

O Sr. Raúl Rêgo (PS): - Onde é que estão as medidas deles?

O Orador: - 0 PSD responsabiliza o Governo Central pela ocorrência destes incidentes, pois que este é o único responsável pela manutenção da ordem, coisa que se revela incapaz de fazer.

Aplausos do PSD.

O Sr. Agostinho do Vale (PS): - Isso é que é falar!

O Sr. Presidente: - Vamos lá a ver se nos entendemos.

Estão inscritos os Srs. Deputados Lopes Cardoso, Carlos Lage e Manuel Alegre.

Pergunto ao Sr. Deputado Carlos Lage para que efeito pede a palavra.

O Sr. Carlos Lage (PS): - É para formular um protesto, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Carlos Lage (PS)- - Sr. Presidente, Srs. Deputados: É com espanto e indignação que a bancada socialista, toda esta Câmara, qualquer consciência democrática e qualquer pessoa com os mais elementares sentimentos humanos escutaram a intervenção do Sr. Deputado Moura Guedes, que não falou em linguagem política correcta e ordeira, mas penetrou no terreno da psicopatologia política que encerra em si um incitamento ao crime e tudo o que, há de sentimentos mais grosseiros e cobardes em matéria política.

Aplausos do PS e protestos exaltados do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, escusam de estar a gesticular, porque eu estou atento.

Chamo a atenção do Sr. Deputado Carlos Lage para o facto de talvez existirem outras maneiras e