onde a cooperação entre Portugal e o Brasil seja aquela que todos tanto desejamos.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, também para uma declaração de voto, o Sr. Deputado Carlos Laje.

sentimental que existe entre Portugueses e Brasileiros, para aquém e para além das próprias vicissitudes políticas, mas também não esquece essa solidariedade com o povo brasileiro na luta pela democracia e pela liberdade.

De resto, ao contrário das posições do Sr. Deputado Acácio Barreiros, os democratas do Brasil, os antifascistas brasileiros, todos aqueles que se batem pela amnistia no Brasil, pela restauração das liberdades democráticas e pelo regime democrático apreciam estas iniciativas, independentemente da fraseologia e do maximalismo das palavras e dos qualificativos.

Aliás, quero aqui recordar que a viagem do Primeiro-Ministro português e secretário-geral do Partido Socialista, Mário Soares, ao Brasil, foi de extrema importância para a luta pelos direitos humanos e pela liberdade no Brasil. Assim, ao contrário de cortar pontes, ao contrário de incompatibilizar, devido às conjunturas políticas, os interesses comuns dos povos, parece-nos mais importante, para prosseguir a auxiliar a luta pela democracia no Brasil, protestar veementemente quando é necessário protestar, manifestar solidariedade nos grandes momentos e utilizar a linguagem, os processos e os votos mas adequados a cada circunstância.

Sendo assim, o Grupo Parlamentar do Partido Socialista entende que com este voto teve não só um gesto de solidariedade para com o povo brasileiro, como prestou também um serviço à causa da democracia no Brasil.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - A Sr.ª Deputada Etelvina Lopes de Almeida pediu a palavra. Importa-se de me dizer para que efeito? É que para declaração de voto não pode ser, pois esta já foi feita.

A Sr.ª Etelvina Lopes de Almeida (PS): - Não, Sr. Presidente. Eu tinha pedido a palavra para um pretexto, mas o meu camarada Carlos Laje incluiu na declaração de voto do meu partido o protesto que eu queria fazer.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira, também para uma declaração de voto.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP) -Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português votou favoravelmente o voto de saudação proposto pelo Partido Socialista, porque ele é sobretudo a saudação ao povo brasileiro e o desejo expresso nos votos que fazemos pelo triunfo da sua luta por um futuro democrático e livre. Isto significa que o texto do voto não confunde opressores com oprimidos nem ignora que neste momento existe uma situação não democrática, uma situação ditatorial no Brasil. Nós não confundimos opressores com oprimidos, mas também não confundimos a onda com a maré. E quem faz essa confusão poderá gritar muito, poderá construir frases bonitas, mas certamente não ajuda ninguém a construir um futuro democrático.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Nós temos tanto mais razões para votar esta saudação e para desejar estes êxitos à luta do povo brasileiro quando é certo que mesmo nos tempos da ditadura fascista em Portugal sempre defendemos que a amizade entre os dois povos, o Brasileiro e o Português, se devia sobrepor à qualidade dos regimes que vigoravam num lado e noutro.

O Sr. Manuel Alegre (PS): - Muito bem!

Nós pensamos, pois, que este voto tem cabimento e que não confunde opressores com oprimidos. Este voto dirige-se, ao povo e não aos seus opressores. Este voto dirige-se às forças democráticas brasileiras e não aos ditadores e àqueles que os servem no Brasil.

Aplausos do PS e do PCP.