ção fazer-se eco do estado de espirito crítico de secções importantes do eleitorado presidencial perante notícias do tipo das referidas.
Ao fazê-lo, o CDS deseja chamar a atenção para os graves riscos que se podem correr se o Presidente da República não lograr ou for impedido de exercer. na sociedade portuguesa, o papel moderador a que a sua função se encontra associada.
Toda a crise política teve 'e continua a ter como principal foco a questão do Governo.
É o Governo o primeiro responsável pela inexistência de uma política económica séria, capaz de oferecer ao País um quadro sólido de reconstrução. É o Governo o primeiro responsável pelos termos em que se tornará ou não possível a contracção de mais um importante empréstimo externo, sob as vistas censórias do Fundo Monetário Internacional.
É o Governo o primeiro responsável pela crescente inoperância da máquina da administração pública e pelo aprovamento de vícios e dificiências múltiplas tradicio nais do sector público. É o Governo, pelos seus atrasos, pela sua falta de iniciativa política, pelos seus silêncios, pela sua falta de coesão, o primeiro, responsável pelas crescentes críticas que são dirigidas, em geral, contra o sistema partidário.
No plano da sobrevivência financeira do País aproximam-se momentos excepcionalmente delicados. Na lógica de uma política governamental «à beira do abismo», o País confronta-se, a curto prazo, com opções radicais de natureza muito grave: ou contrair urgentemente mais empréstimos externos ou vender mais ouro. O CDS não se encontra em posição política ou moral de neste momento avalizar qualquer dessas opções nos termos em que elas são formuladas. E o CDS sabe que qualquer contemporização da sua parte nesta matéria torná-lo-á co-responsável das consequências de o Governo não ter oportunamente adoptado as políticas que a grave situação do País requeria e que o CDS tantas vezes recomendou. Até 15 de Dezembro próximo, data limite para a votação da proposta de lei do Orçamento Geral do Estado para 1978, é escasso o tempo. Até lá, um novo Governo terá de entrar em funções, sob pena de se tornar muito mais difícil superar, no imediato, as graves dificuldades com que o País se debate.
Dá-se, porém, a circunstância de continuarem a faltar dois elementos fundamentais para o debate da proposta de lei do Orçamento para 1978. Trata-se da proposta de lei referente ao plano anual para o próximo ano e de um plano aprovado de desenvolvimento económico-social a médio prazo. Estas lacunas - da responsabilidade do Governo - representam sérias dificuldades para uma apreciação correcta da situação.
Entretanto, o Governo e o PS não deram ainda resposta rápida à elementar condição apresentada pelo CDS no sentido de que só poderia considerar abertas as negociações perante um texto escrito da responsabilidade conjunta do presente Governo e do PS.
Pelo seu lado, o CDS apronta, neste momento, a conclusão nde vierem. Os inimigos da democracia e da Pátria serão os únicos a beneficiar com a desorientação dos portugueses. Há que evitá-la.
4-Neste contexto, o CDS reafirma uma vez mais, como partido democrata-cristão que se orgulha de ser, a sua firme determinação de defender em todas as circunstâncias a democracia e a liberdade e de respeitar escrupulosamente as instituições democráticas, mesmo quando legítima e pacificamente discorde da organização ou da actuação prática de qualquer delas.
5 - O CDS examinou as implicações, na evolução da cena política portuguesa, da crise ocorrida no seio do PSD, mas não se pronuncia sobre tal crise, por ser assunto interno daquele partido. O CDS apenas formula, no interesse geral do País, o voto de que possa ser superada rapidamente a situação ocorrida naquele partido, com o qual tem mantido relações de mútua cooperação.
6 - Também o CDS decidiu não se pronunciar publicamente sobre a situação militar, em observância estrita do se impõe e que de há mais de seis meses tem vindo a ser reclamada por todos os sectores da opinião democrática.
9 - O CDS, por imposição da sua consciência e do patriotismo de todos os seus dirigentes e militantes