apreço, o partido principalmente responsável por essa circunstância é o PSD .

O Sr. Anatólio Vasconcelos (PSD): - Tinha de ser o PSD!

Aplausos do PS e do CDS.

O Sr. Furtado Fernandes (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Furtado Fernandes deseja protestar?

O Sr. Furtado Fernandes (PSD): - Desejo fazer um breve protesto.

O Sr. Presidente: - Faça favor.

O Sr. Furtado Fernandes (PSD): - Lamento, Sr. Deputado Amaro da Costa, que tivesse ignorado aquilo que ontem eu tive ocasião de dizer ao seu colega de bancada Lucas Pires.

Vozes do PSD: - Não estava cá!

O Orador: - Certamente não estava nos debates.

É evidente que aquilo que está em causa não é a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei.

Vozes do PS: - Ai não?!

O Orador: - Diz a Constituição, no seu artigo 278.º, e o próprio Regimento que, efectivamente, o que está em causa é o diploma, e esta Assembleia é chamada a fazer uma segunda deliberação sobre esse mesmo diploma. Mas o Sr. Deputado acusou os Deputados dos partidos da oposição, e primacialmente o PSD, pelo vazio legal.

Já há pouco tive de dizer ao Sr. Deputado Sérgio Simões, e direi agora também ao CDS, que efectivamente tanto o PS como o CDS receberam há já cerca de trinta dias uma colecção de propostas, para sobre elas poderem efectivamente reflectir.

Não fizemos uma chantagem política, como foi dito.

O Sr. Marcelo Curto (PS): - Não, que ideia!

O Orador: - Apresentámos um leque extremamente variado de propostas e só sobre duas delas dissemos que efectivamente, para nós, elas eram fundamentais.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, o que se provou neste processo foi que, efectivamente, os partidos do Governo não querem dialogar corri a oposição, não querem ceder em nada à oposição. Querem apenas manter os seus pontos de vista.

Aplausos do PSD e protestos do PS e do CDS.

É esta, Sr. Presidente e Srs. Deputados, a lição deste debate, e não venha aqui o Sr. Deputado Amaro da Costa dizer à Câmara que o nosso partido, subitamente, mudou de posição.

Tive ocasião de dizer, durante a minha intervenção, que as reservas que há um ano apresentámos em relação ao método de Hondt são hoje bem maiores.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Mas aprovaram!

O Orador: - E há um facto extremamente comezinho que serve para explicar esta circunstância: é que existem trabalhadores sociais-democratas em comissões de trabalhadores e eles tiveram ocasião de dizer ao Partido Social-Democrata, nomeadamente durante este ano, que o método de Hondt para comissões de trabalhadores não funciona na medida dos seus desejos.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Lá isso é verdade!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): À medida dos seus desejos!

O Orador: - A nossa mudança de posição em relação ao método de Hondt deriva da auscultação que fizemos aos trabalhadores que estão nas comissões de trabalhadores e que reflectem, nas suas palavras, toda uma experiência que tem sido desenvolvida.

Mas, Sr. Presidente e Srs. Deputados, nós compreendemos as palavras do Partido do Centro Democrático Social. Este partido demonstra com elas que não tem, efectivamente, trabalhadores nas comissões, para com eles poder dialogar ...

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - ... e poder retirar as ilações deste ano de experiência nessas comissões de trabalhadores.

Aplausos do PSD.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Lucas Pires (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Dou a palavra ao Sr. Deputado Amaro da Costa para um contraprotesto ou é ao Sr. Deputado Lucas Pires que devo dar a palavra?

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - O Sr. Deputado Lucas Pires pediu a palavra para dar esclarecimentos, Sr. Presidente.