2991

Vital Martins Moreira. Victor Henrique Louro de Sá, Zita Maria de Seabra Roseiro.

União Democrática Popular (UDP) Acácio Manuel de Frias Barreiros.

Independentes

António Poppe Lopes Cardoso.

Carlos Galvão de Melo.

Carmelinda Maria dos Santos Pereira.

José Justiniano Taborda Brás Pinto Reinaldo Jorge

Na bancada do Governo tomaram assento o Sr. Ministro adjunto do Primeiro-Ministro (Almeida Santos) e vários outros Ministros e Secretários de Estado.

O Sr. Presidente: - Responderam à chamada 156 Sr. Deputados. Temos quorum, pelo que declaro aberta a sessão.

Eram 15 horas e 45 minutos.

O Sr. Presidente: - Estão em aprovação os n.ºs 67 e 68 do Diário. Há alguma oposição?

Pausa.

Como não há, consideram-se aprovados.

Na última sessão foram apresentados pelo Sr. Deputado Vítor Louro dois requerimentos dirigidos aos Ministérios das Finanças e do Plano e da Agricultura e Pescas.

Recebemos na Mesa as seguintes respostas a requerimentos: do Ministério dos Assuntos Sociais aos requerimentos apresentados pelos Srs. Deputados José Vitoriano, Carlos Brito e Pinto da Silva nas sessões de 4 de Abril e 9 de Maio; do Ministério dos Transportes e Comunicações ao requerimento apresentado pelos Srs. Deputados José Vitoriano e Carlos Brito na sessão de 4 de Abril; do Ministério da Educação e Cultura ao requerimento apresentado pelo Sr. Deputado Pinto da Silva na sessão de 4 de Abril; do Ministério da Habitação e Obras Públicas ao requerimento apresentado pelo Sr. Deputado Moura Guedes na sessão de 11 de Abril.

Recebemos também na Mesa as seguintes petições: n.º 152/1, apresentada por Rui da Costa Mouzinho e outros, que baixou à 2." Comissão; e n.º 153/1, apresentada pelo Secretariado Nacional das Associações de Pais (SNAP), que baixou à 5." Comissão.

Pausa.

Como é do conhecimento da Câmara e do País, faleceu no estado da Califórnia, Estados Unidos, Jorge de Sena. Bastaria este nome, sem mais nada, para significar o que representou e representa de dramático para a cultura portuguesa a falta deste homem excepcional, que morreu na pujança de um grande talento e que prestou ao seu país e à democracia portuguesa serviços que não têm conta.

Srs. Deputados, quando acontecem coisas destas dá-nos vontade de pensar no que há de precário e de passageiro na vida e como é possível acontecer o que aconteceu a Jorge de Sena.

Conheci Jorge de Sena na altura do Movimento de Unidade Democrática. Depois a vida separou-nos. Jorge de Sena partiu para o Brasil e depois para os Estados Unidos. Vinha a Portugal algumas vezes, i vivendo em permanente vigília pelo seu e nosso' país. Vim a reencontrá-lo - numa fase em que nada fazia prever a catástrofe, parecendo-me, no entanto, uma pessoa muito adoentada - faz agora um ano, na Guarda, na altura Portugal.

Vim a encontrá-lo no Brasil em 1959, tendo assistido a uma conferência dada por ele, no Gabinete de Leitura, sobre Luís de Camões - um dos assuntos que mais o preocupava: aprofundar a lírica e a épica camoniana -, onde historiou novas concepções e conceitos interpretativos da obra do grande poeta.

Um homem com este talento acabaria por receber aquilo que receberam os grandes valores deste país que se exilaram e que abandonaram a sua pátria. Acabou por ser galardoado e consagrado como um grande mestre, não só no Brasil - onde não deixa de ser difícil a consagração de valores deste tipo -, mas sobretudo, e isso é que me sensibilizou mais, nos Estados Unidos da América, onde foi professor na Universidade de Wisconsin, mais tarde professor catedrático do departamento espanhol e português e por fim Literaturas Portuguesa e Brasileira Comparadas na Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia, onde chefiava o departamento de investigação destas matérias.

Não bastaria, Srs. Deputados, a circunstância de Jorge de Sena ter sido, como foi, o grande escritor, o grande poeta, o grande ensaísta, o grande investigador, que deixou uma obra imperecível e que se impõe ser de novo editada para melhor conhecimento dos Portugueses e dos Hispano-Americanos, porque, como a Câmara deve saber, Jorge de Sena dedicou-se profundamente ao estudo das literaturas hispano-americanas, tendo sido transformado, aliás sem favor, num grande especialista desta matéria. Mas, dizia eu, não bastaria a circunstância de Jorge de Sena ter entrado na literatura portuguesa e latina