O Orador: - ... e como não vejo grandes razões para o seu protesto também as não vejo para o meu contraprotesto.
De maneira que, se o Sr. Presidente me permitir, irei dar uma explicação e ela é a seguinte: Sr. Deputado Angelo Correia, todas essas afirmações que fez precisavam de ser provadas.
E eu pergunto, Sr. Deputado: Por que é que fora do Mercado Comum, mas evidentemente em relações com os países do Mercado Comum, não podia-mos defender essa independência nacional? Porquê entrar para o Mercado Comum?
E mais: o que demonstrei aqui e continuo a defender è que a decisão do Conselho de Ministros para a entrada de Portugal no Mercado Comum coincidiu com a decisão do Fundo Monetário Internacional, que foi evidentemente tomada porque Portugal aceitou as suas exigências, que nós consideramos perfeitamente ruinosas. Estar a pretender defender, dentro do Mercado Comum, a independência deste pais, consideramos isso pura demagogia ou, então, também talvez esse complexo de estes, Sr. Deputado: subida do custo de vida, Lei da Indemnizações, a banca com um excesso de liquidez ...
O Sr. Angelo Correia (PSD): - Está enganado!
O Sr. Angelo Correia (PSD): - Só se for um empréstimo da Albânia!
O Orador: -... e reestruturações económicas que vão ser feitas.
Ora, Sr. Deputado, o povo português tem visto que há um ano e seis meses as coisas estão a andar cada vez pior e ê por isso que digo que ainda vão andar cada vez pior e isso é resultado das exigências do Fundo Monetário Internacional.
O Sr. Angelo Correia (PSD): - Sr. Deputado, dá-me licença que o interrompa?
O Orador: - Com certeza.
O Sr. Angelo Correia (PSD): - O Sr. Deputado Acácio Barreiros fez uma pergunta nas suas afirmações e disse o seguinte: reconheço que a situação se tem deteriorado. E fez uma pergunta muito simples, mas muito importante, e que é esta: Portugal dentro do Mercado Comum celebra ou não melhor a sua independência do que fora dele?
E eu, Sr. Deputado, falei não de independência, mas de número de graus de liberdade, de independência, que é um conceito mais relativo. De qualquer das formas, Portugal pode teoricamente ser concebível, neste momento, em três situações.
Em primeiro lugar: situação de economia completamente fechada ...
O Sr. Sousa Marques (PCP): - O Sr. Deputado está a fazer outra intervenção!
O Sr. Angelo Correia (PSD): - Não, Sr. Deputado Sousa Marques, não estou a fazer outra intervenção; simplesmente o Sr. Deputado Acácio Barreiros fez-me uma pergunta e eu vou responder, a não ser que VV. Ex.ªs fiquem incomodados com a resposta.
Protestos do PCP.
uma intervenção principal, que será com certeza dada e até com repetições de intervenções, e outra coisa é resumirem e guardarem as declarações de voto - como aliás o Regimento o diz - para uma declaração sucinta. E isso não está a fazer-se.
Espero confiadamente que a Assembleia considere que não está a proceder bem.
Srs. Deputados, podemos considerar liquidado este problema das declarações de voto?
Pausa,
O Sr. Rodolfo Crespo (PS): - Peço a palavra, Sr. Presidente, para uma muito curta explicação à Câmara.