E mais adiante dizia o meu camarada:

O PCP não abdica, neste caso como em nenhum outro, da sua independência de apreciação, não abdicará nunca de lutar pelo que considera ser o interesse dos trabalhadores, do povo e da Nação Portuguesa.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Também para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Robalo.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente, Sr s. Deputados: O Grupo Parlamentar do CDS aprovou o «voto de congratulação» apresentado pelo Grupo Parlamentar do PS na certeza de que a autêntica integração europeia, englobando a totalidade das verdadeiras democracias da Europa, será a força real que vencerá todos os totalitarismos.

Parafraseando o Deputado Francisco Lucas Pires, diremos como ele:

A jovem geração europeia, que nos liceus, Universidades e sindicatos cada dia repudia mais os restos da via limitativa e dogmática que nos apontava para um muro e opta pela liberalização, assinala bem o caminho do futuro.

Caminho este onde nós agora vamos entrar, mais confiantes, mais seguros do nosso futuro, na certeza de que a democracia vencerá e que a justiça se instalará entre todos os portugueses, permitindo-nos olhar de novo para cima e para a frente, dando inteira consequência e o verdadeiro sentido à via liberalizadora, aberta com o 25 de Abril e reaberta com o 25 de Novembro.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Nós, CDS, que desde a primeira hora sempre confiámos na Europa, não podemos deixar de, neste momento, voltar a saudar Mário Soares pelo esforço permanente e denodado que empreendeu nessa direcção.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Fica-lhe muito bem!

O Orador: - É importante e necessário que o Pais reconheça a sua coragem ao escolher a via inversa que muitas vezes as forças ou falsas forças, com cariz de falsa normalidade, em termos diplomáticos, queriam impostos.

Se Mário Soares colocou Portugal sobre os trilhos correctos do caminho europeu, o CDS não pode deixar de reivindicar orgulhosamente o facto de ser uma das «locomotivas» deste processo.

A Europa democrática já estava connosco, no nosso I Congresso do Porto, quando os inimigos dessa mesma Europa estavam contra nós.

É, aliás, sintomático e para nós motivo de muita alegria e satisfação que o Prof. Diogo Freitas do Amaral, Deputado como todos nós a esta Assembleia da República, tenha sido eleito um dos dois vice-presidentes da União Europeia das Democracias Cristãs, no mesmo dia em que a CEE anunciava que emitirá um parecer favorável à nossa entrada na comunidade.

Nesta homenagem entendemos englobar todos os que denodadamente e sempre em Portugal se vêm batendo pela aproximação à Europa.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não queremos terminar sem, parafraseando ainda o Primeiro-Ministro, Dr. Mário Soares (ficando bem ou mal, é-nos indiferente a opinião do Sr. Deputado Amândio de Azevedo com o seu aparte), dizermos, sobre a referida nomeação do presidente do CDS, que este facto não distingue somente o nosso partido.

Citando, diremos: «Mas também a honra do Pais, visto ultrapassar a dimensão meramente partidária e assumir um significado e interesse nacionais.»

Sr. Presidente, Srs. Deputados: O nosso destino, o destino escolhido pela grande maioria dos democratas portugueses está lançado.

Não vamos agora cobrir a cabeça com louros. Vamos, sim, pôr mãos à obra.

Não queremos apenas ser rebocados, queremos, sim, andar a par dos nossos parceiros, se não for possível andarmos à frente.

Aplausos do CDS e do PS.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Veiga de Oliveira, fui informado que teria, há pouco, pedido a palavra e eu não lha concedi naquele momento porque não reparei, mas tenha, agora, a bondade.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, eu tinha pedido a palavra para invocar o Regimento, mas, uma vez que terminaram os acidentes de percurso, neste momento já não é necessário o meu pedido de palavra.

comunicar à Câmara que vai partir no dia 17 uma missão, com representação dos partidos que têm assento nesta Assembleia, presidida por mim, para Cabo Verde e para a Guiné, a convite das respectivas Câmaras, tanto da Praia como de Bissau. Suponho que este é um facto muito importante, pois é a primeira vez que acontece que