tido Socialista que o diz. Há minutos ouvimos um Deputado do CDS dizer exactamente o inverso: que os senhorios e os rendeiros estão em guerra aberta. Em que è que ficamos? Como è que dois partidos com ópticas tão opostas em matéria de arrendamento rural podem convergir tão harmoniosamente na derrota das alterações agora propostas?

Quem ouve os Deputados, nomeadamente socialistas, falar dos senhorios pobres e acusar o Partido Comunista de não ter proposto nada neste projecto de lei que se referisse a eles há-de pensar que, efectivamente, a lei em vigor tem alguma coisa que a eles se refira. É preciso esclarecer a Câmara que não há nada, rigorosamente nada, na Lei n.° 76/77 que diga respeito à protecção dos senhorios pobres.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Essa agora! Não apoiado!

O Orador: - Talvez tenha de pedir-lhe a si, Sr. Deputado Bento Gonçalves, um esclarecimento neste sentido.

E como è bom poder reflectir tranquilamente durante as férias, enquanto os rendeiros são postos na rua! ...

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Não apoiado!

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Já tem a declaração de voto escrita, não?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Lopes Cardoso, para também formular pedidos de esclarecimento.

. O Sr. Lopes Cardoso (Indep.): - Sr. Deputado Chaves Medeiros, não sei se poderá dar-me este esclarecimento, mas ê uma dúvida que tem vindo sucessivamente a aprofundar-se no meu espirito ao longo deste debate.

O Partido Socialista, pelas intervenções que tivemos ocasião de ouvir, tem fortes reservas em relação à lei que aprovou há cerca de um ano. O Partido Socialista reconhece que os problemas que se põem no domínio do arrendamento rural são problemas extremamente graves. Mas o Partido Socialista, que é o maior partido nesta Assembleia, que é o majoritário na coligação governamental, não só não tomou até agora nenhuma iniciativa ao nível do Executivo, como também não tomou nenhuma iniciativa ao nível desta Assembleia. E só agora, depois da iniciativa que coube ao Partido Comunista Português, parece ter despertado para esses problemas. Porquê, Sr. Deputado? Não quero acreditar que, de repente, o Partido Socialista se tenha colocado a reboque das iniciativas do Partido

Risos do PCP.

O Sr. Alexandre Reigoto (CDS): - Sr. Presidente, dá-me licença?

O Sr. Presidente: - Para que efeito é que o Sr. Deputado pediu a palavra? É também para formular pedidos de esclarecimento?

O Sr. Alexandre Reigoto (CDS): - Sr. Presidente, era para dar um esclarecimento à Câmara.

O Sr. Presidente: - Então, Sr. Deputado, pode fazer o favor de aguardar um momento, pois vou agora dar a palavra ao Sr. Deputado Chaves Medeiros para responder aos esclarecimentos pedidos e, em seguida, dar-lhe-ei a palavra a si.

O Sr. Chaves Medeiros (PS): - Quanto à pergunta que o Sr. Deputado Vitor Louro me dirigiu e às considerações que teceu sobre o que eu disse, devo esclarecer que não afirmei nada do que o Sr. Deputado referiu. Talvez a deficiência seja da minha voz ou o Sr. Deputado ouça mal.

Quanto aos senhorios pobres, de facto no projecto de lei do PCP não se nota uma preocupação muito grande da parte desse partido em resolver os problemas dos senhorios pobres.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Na lei vigente, foi o que eu disse. É que até parece que na lei vigente hão há outra coisa! ...

O Orador: - Quanto à terceira pergunta, que é a de os Deputados irem para férias e descansarem, não sei se o Sr. Deputado tenciona fazer isso. Faz aqui uma apologia tão grande do trabalho que suponho que, certamente, não terá férias. Eu reconheço que preciso de algumas, mas, no entanto, procurarei fazer o máximo e recolher o máximo de dados junto dos rendeiros para que o próximo projecto de lei que nós possamos apresentar não tenha os defeitos que apresenta o projecto de lei do PCP.

Quanto ao Sr. Deputado Lopes Cardoso, devo dizer-lhe que este problema não foi, de forma alguma, despertado em nós pelo PCP - aliás, temos a nossa sensibilidade própria e estes problemas chocam-nos bastante, como o Sr. Deputado talvez saiba. Não queremos é precipitar-nos de forma que a emenda seja pior que o soneto.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem agora a palavra o Sr. Deputado Alexandre Reigoto, para dar o esclarecimento que deseja prestar à Câmara.

O Sr. Alexandre Reigoto (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Era só para esclarecer o termo usa-