Vozes do CDS: -Muito bem!

O Sr. Narana Coissoró (CDS):-Pronto, já sabe!

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP):- Já sabia isso, Sr. Deputado.

A Sr.ª Helena Roseta (PSD): - Isso é táctica.

O Orador - Não é, Sr.ª Deputada. Táctica é outra coisa diferente. Se quiser, também explico a diferença.

A táctica é o conjunto das manobras de curto prazo que são necessárias para pôr em prática uma estratégia dentro dos limites traçados pêlos princípios.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): -Isso é discutível.

Aplausos do CDS.

Quanto à questão de saber se nós votaremos ou não a moção de rejeição do Partido Comunista, mesmo abstraindo dos seus fundamentos, devo dizer que o Sr. Deputado terá conhecimento disso no momento da votação, mas, até lá, sempre lhe vou adiantando que, ainda que o fizesse, seria inútil porque os nossos dois partidos juntos não têm, felizmente, maioria nesta Câmara.

Vozes do PSD: - Felizmente!

O Orador:-Em terceiro lugar, perguntou o Sr. Deputado por que é que AU tinha declarado que não estava na minha mente eliminar o PCP do aparelho de Estado. Bem, fiz essa afirmação porque me pareceu ouvir, da parte da sua bancada, dúvidas a esse respeito e pareceu-me ouvir falar em Mac Arthur que justamente pretendeu fazer isso. Portanto, quis esclarecer que não era esse o sentido exacto, não era esse o sentido da minha afirmação. O que eu queria, como disse, é que o Partido Comunista não fizesse parte do Governo, não estava na minha mente por qualquer outra exclusão. E essa exclusão o Partido Comunista do Governo é legítimo pretendê-la. É legítimo que um partido pretenda que outro, seu adversário, não faça parte do Governo. É o que há de mais natural em democracia.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - De passagem, queria dizer-lhe, Sor. Deputado, que registei a sua afirmação de que nunca me passaria pela cabeça eliminar o CDS da cena política portuguesa. Em todo o caso, sempre gostaria de lhe perguntar por que é que na União Soviética, que o seu partido tanto aprecia, não há partidos de oposição nem partidos como o CDS.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP):- Dá-me licença, Sr. Deputado?

O Orador: - Pode responder, Sr. Deputado, se for capaz.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Eu disse Sr. Deputado, que não me passaria pela cabeça eliminar o CDS por um acto de força ou por qualquer outro meio não próprio que não seja o ataque político, o combate político. Disse isso, está na fita magnética, se quiser ouvir. Pelo combate político, pelo esclarecimento, isso sim, mas é outra questão. O que eu disse é que não me passa pela cabeça cortar uma realidade que tenho na frente, que existe e que é o CDS.

O Orador: - Portanto quer dizer que o Sr. Deputado considera que em todos os regimes políticos deve ser legítimo que possam constituir-se partidos diferentes do Partido Comunista, não é verdade?

Aplausos do CDS.

Continuo sem perceber Sr. Deputado, por que é que em todos os países do mundo onde há um regime comunista não há partidos da oposição.

Vozes do CDS: - Muito bem!

Vozes do PCP: _ Oh, Sr. Deputado!

O Orador- Também o Sr. Deputado perguntou se a minha declaração que não é contra a presença de elementos afectos ao Partido Comunista no Governo era um objectivo ou um pretexto. Devo dizer-lhe, Sr. Deputado, que não compreendo todo o alcance da sua pergunta e, se me quiser esclarecer melhor, agradeço, se não quiser, responder-lhe-ei apenas que não foi nem um pretexto nem um objectivo, foi uma tomada de posição e nada mais .

O Sr. Amaro da Costa (CDS): -Muito bem!

O Orador - Em quinto lugar, o Sr. Deputado perguntou-me qual o sentido das minhas críticas à triologia das nacionalizações, Reforma Agrária e controle operário e se essas matérias não estarão porventura na Constituição. Claro que estão, mas, como o Sr. Deputado será certamente o primeiro a(...)