O Orador: -Não é experimental por envolver todos os alunos e todas -as escolas, num gigantesco laboratório nacional.
Vozes do PSD: -Muito bem
O Orador:- Não é irreversível por ainda não ter sido iniciado.
Vozes do IPSD:- Muito bem!
O Orador: -Como medida imediata, promete o Governo a publicação dos programas
Mas -perguntamos: já se adequaram ou vão adequar as estruturas existentes a esta inovação? Já se reciclaram ou prepararam professores ou basta-lhes conhecerem os programas na véspera da abertura das aulas?
Vozes do PSD:- -Muito bem
O Orador:- Enxerto novo, em estrutura velha e inadequada, para cobaias impávidas e serenas que são os alunos.
O Sr. Ângelo Correia (PSD): -Muito bem
O Orador: -Governar é olhar para diante se, pelo menos, quisermos evitar as confusões inerentes à improvisação.
O Sr. Sérvulo Correia (PSD):- Muito bem
o Orador- Até aqui, tem-se governado olhando para o umbigo, tem-se vivido no reino do imediatismo e do ad hoc, na improvisação, na confusão.
O Sr. Pedro Roseta (PSD):- Muito bem
O Orador:- O problema da educação é, porventura, o maior repto lançado aos democratas no 25 de Abril e este repto reforçou-se com a desilusão e o desencanto provocados pela confusão.
Aplausos do PSD.
Esperávamos mais, impunha-se algo de diferente para um Problema de tamanha importância -como o é o inicio do curso complementar, importância que se avoluma se -considerarmos a ausência de qualquer base científica de orientação escolar.
O Sr. Pedro Roseta (PSD): -Muito bem!
o Orador- - Pensamos que seria preferível fazer a leccionação a todos os alunos do 10.º ano de um ensino sério, intensivo e adequado das matérias fundamentais de cada curso.
O Sr. Pedro Roseta (PSD):- Muito bem!
0 Orado;:- Ensino que teria por objectivo recuperar a deficiente preparação dos alunos e fornecer uma base sólida para a formação profissionalizante e para o ingresso no ensino superior.
O Sr. Pedro Roseta (PSD):- Muito bem!
O Orador: -Teríamos, assim, um ano para estudar, atenta e cuidadosamente, o que fazer nos 11º e 12º anos ide escolaridade, ao mesmo !tempo que, paralelamente, iam sendo delineados os objectivos do sistema educativo, e se adequavam. os meios materiais e humanos a esses objectivos. 15to sem embargo de se fazer uma experiência com o sistema previsto num número restrito de escolas em. regime de voluntariado com o fim de avaliar as múltiplas dificuldades que o sistema comporta.
Vozes do PSD: -Muito bem
O Orador: - Transformar o País todo em laboratório parece-nos uma metodologia errada, lançar 40.000 alunos numa operação, traumatizante, esta, sim, irreversível, parece-nos, pelo menos, preocupante.
Vozes do PSD: -Muito bem!
Vozes do PSD: - Muito bem!
O Orador: - Aproxima-se o dia em que dezenas de milhares -de alunos vão ser vítimas de claras injustiças e o -Programa do Governo faz silêncio quanto à reparação dessas injustiças.
Sr. Presidente, Sr. primeiro-ministro, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Deixemos -de lado a discussão das medidas pontuais, que são o principal objectivo do Programa do Governo, e debrucemo-nos um pouco sobre a sua filosofia educativa.
Comecemos pelo centralismo governativo. Se em algum sector se põe o problema do centralismo, é no MEC que ele assume maior acuidade.
Vozes do PSD: -Muito bem!
O Orador: - 0 PSD sempre tem defendido que às -populações cabe uma palavra significativa sobre a educação que deseja para os seus filhos.
Vozes do PSD: -Muito bem!
O Orador.- -Sem uma descentralização efectiva, não há democratização do sistema educativo.
O Sr. Pedro Roseta (PSD): -Muito bem!
O Orador: -Nos últimos anos, em vez de se ter caminhado no sentido dessa descentralização, tem-se ido ao seu arrepio, e os resultados estão à vista.
No Programa fala-se - em descentralização, mas pensa-se numa descentralização que só o é nominalmente.