demasiado benevolente para com os carrascos da liberdade.

Saberemos defender a liberdade e a democracia. Saberemos defender o 25 de Abril e tudo o que de bom ele trouxe ao povo. Com a força da unidade dos trabalhadores saberemos vencer mais esta crise e pôr de pé o Portugal que está na esperança e no coração de todo o povo, um Portugal digno do 25 de Abril, que seja o orgulho dos nossos filhos.

Em nome desse Portugal nós rejeitamos aqui e agora o governo de Nobre da Costa.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Pato.

O Sr. Domingos Abrantes (PCP): - Muito bem!

O Orador: - As intervenções do Governo neste debate não atenuaram as reservas e apreensões que o PCP já tinha formulado, antes confirmaram plenamente o seu fundamento. Nomeadamente no que respeita à Reforma Agrária, a equipa do Ministério da Agricultura e Pescas exibiu perante esta Assembleia as claras intenções e interesses de classe que presidem à sua orientação; a sua disposição de ressuscitar na zona de intervenção da Reforma Agrária um clima de prepotência; a sua vontade de sacrificar o interesse nacional à satisfação das reclamações ilegítimas dos latifundiários; a sua obsessão de entregar as reservas e indemnizações aos agrários, enquanto se propõe manter indeterminadamente nas mãos de absentistas e parasitas 700 000 ha de terra expropriável.

Um tal Governo, com uma tal política e uma tal composição, não é a solução democrática que o País precisa, não corresponde às necessidades da hora presente, seria um factor considerável de agravamento dos problemas nacionais. Na base da sua apreciação autónoma e independente e com fundamentos que apresentou, o PCP rejeitará, por isso, o programa do Governo Nobre da Costa.

Vozes do PCP: - Muito bem!

exerce no Governo e pela possibilidade de ver realçada a sua política sem pagar directamente o inevitável preço político das suas consequências desastrosas ...

Vozes do PSD: - Não apoiado!

O Orador: ... que enquanto o CDS carpia sobre a desproporção entre as suas enormes ambições e os : resultados obtidos e procurava exigir o seu anticomunismo grosseiro e primário em menor denominador comum para ressuscitar coligações que, coerente com os seus princípios, oportunamente traiu ...

Uma voz do PCP: - Muito bem!

O Orador: - ... que enquanto o PS se acantonava na crítica à «génese, metodologia e natureza» do actual Governo, não pondo em causa as linhas fundamentais da sua política e parecendo que apenas se considerava mais qualificado para a executar, o PCP, pelo contrário, proeurou trazer a este debate parlamentar a real situação económica e social do País, os problemas cruciais que hoje afectam a vida dos Portugueses e o presente e o futuro de Portugal democrático.

Aplausos do PCP.

Proeurou trazer a este debate o testemunho da experiência amarga que o povo trabalhador tem vindo a fazer da política que o PS conduziu, o CDS e o PPD exigiram, aplaudiram e apoiaram, e que o actual Governo confessa querer não só continuar, mas desenvolver.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: De acordo com a decisão do seu comité central, o PCP, como é sabido, votará unicamente a sua própria moção de rejeição, que é a que corresponde nos seus fundamentos à análise que faz da crise, à apreciação que faz do Programa do Governo e às perspectivas de alternativa democrática que defende.

Para atalhar à calúnia, à intriga e à provocação dos que, sob a capa verbal do esquerdismo, gostariam de ver o grande partido da classe operária e