a menos desejável de todas, a formação de um novo governo de independentes ...

Risos do PCP.

... a que o CDS se não oporia se nele não se verificassem as razões que levam o CDS a opor-se ao actual - isto é, se esse outro governo de independentes se apresentasse como um mero governo de gestão ...

Vozes do PCP: - Esse já servia!

O Orador: - ... com uma composição não polémica, nomeadamente sem contar com a presença de personalidades afectas ao PCP ou ao MDP/CDE, e com um programa simples, curto, despretensioso, delineado em função da missão breve, transitória e excepcional que teria de ser atribuída a um tal governo.

Vozes do PCP: - Com caras do CDS.

seu regime de autogoverno. A agricultura, o comércio e a indústria têm de ser ajudados a vencer as suas crises, a modernizar as suas estruturas e a oferecer um quadro de vida digno e justo aos que delas vivem e nelas trabalham. A economia portuguesa tem de tornar-se competitiva e preparar-se para enfrentar o desafio da integração europeia. A juventude tem de poder contar com um futuro mais aberto, mais seguro e mais ousado. A família tem de ser reconhecida, protegida e estimulada como célula fundamental da sociedade. Os mais desfavorecidos carecem de melhor protecção, de mais promoção social e de maior justiça.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - É a última.

O Orador: - Em suma, Sr. Presidente e Srs. Deputados, os nossos concidadãos, como um todo, em uníssono, esperam que os seus mais altos dirigentes políticos se mostrem capazes de encontrar em breve ...

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Que conjunto de vulgaridades ...

O Orador: - ... para esta Pátria que amamos e temos o direito de querer ver feliz, um futuro que não seja de liberdade sem justiça, nem de justiça sem liberdade, mas de união, na paz, entre a liberdade e a justiça, para bem de Portugal e de todos os portugueses.

Aplausos do CDS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Sá Carneiro.

O Sr. Sá Carneiro (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: O debate que hoje se encerra insere-se no quadro de uma grave crise nacional. Crise económica e financeira, que transformou Portugal num país adiado e arruinado, em que aqueles que o querem fazer sair dessa situação pelo seu trabalho e pelo investimento não encontram a segurança de um modelo económico claro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Prolongaram-se as ambiguidades do sistema económico. A um sector público demasiado extenso para dar segurança ao funcionamento do sector privado corresponde a impossibilidade de planificação integral por insuficiente extensão do mesmo sector público.

Os governos socialistas viveram do prolongamento dessa ambiguidade. Leis fundamentais, como a delimitação do sector público e do sector privado, aprovadas nesta Câmara em Março do ano passado, encontram-se por regulamentar. Mantém-se uma alta inflação, que, como aqui nos informou ontem o Sr. Ministro das Finanças e do Plano, varia entre 24% e 28%. Mantém-se, se não cresce, o desemprego. Os salários reais diminuem e avolumam-se as perspectivas negras de falências em série decorrentes das limitações do crédito.

Portugal é hoje um país também crescentemente dependente dos seus credores externos. É o impasse económico e financeiro.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A crise social agravou-se, sob a capa de uma aparente acalmia, durante os governos socialistas. Aumentou a insegurança das pessoas e dos bens, aumenta o surto da criminalidade. Portugal é hoje um país em que as pessoas vivem angustiadas quanto à sua vida, à sua segurança.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Livra!

O Orador: - Destruiu-se um sistema educativo, que está em manifesta desagregação. Hostilizam-se e marginalizam-se os professores e não se dão possibilidades de educação aos alunos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Quem quer constituir família procura casa e emprego e não os encontra. Os que tra-