uma delas, outra é aplicar-lhes um decreto sem ouvir os interessados e sem que nele tenham sequer participado.
Para terminar, creio que nós, PCP, não juntamos a nossa voz à sua e, pelo contrário, queremos prestar aqui uma homenagem aos estudantes e professores da Faculdade de Letras, que, sem nenhum apoio das entidades governamentais, têm procurado adaptar a sua escola a servir melhor o País e as necessidades reais da nossa democracia. Se por vezes o não têm conseguido da melhor forma e têm encontrado certos percalços, isso é natural, foi sempre assim e será em todas as Faculdades quando elas se querem remodelar.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Oliveira Dias quer responder agora ou aguarda os outros pedidos de esclarecimento?
O Sr. Oliveira Dias (CDS): - Respondo já, Sr. Presidente.
A Sr.º Deputada Zita Seabra terminou com uma espécie de protesto quanto à maneira como me teria referido à Faculdade de Letras de Lisboa e à situação dos seus alunos e professores. Peço licença para, respondendo-lhe, tornar a ler aquilo que disse exactamente ao encerrar a minha intervenção: «O mesmo respeito pela autonomia universitária leva-nos a fazer votos para que a Faculdade de Letras de Lisboa alcance solução para a situação grave em que ainda se encontra - penso que isso não ultraja ninguém - e, sobretudo, que não pretenda 'exportar' para outras escolas os inconvenientes que os seus padrões de ensino têm acarretado para professores e alunos.»
O Sr. Vítor Louro (PCP): - É sublinhar aí!
O Orador: - Não é sublinhar, Sr. Deputado, pois está apenas entre aspas a palavra «exportar» porque não queria ser mal interpretado por alguns Srs. Deputados.
Queria, entretanto, observar à Sr.ª Deputada que tudo nos leva a crer que haja faculdades, escolas ou institutos abrangidos por este diploma em que a vida académica se processe melhor do que na Faculdade de Letras de Lisboa e que a reposição da situação anterior e a sua transferência para as Faculdades de Coimbra, do Porto, de Aveiro, etc., parece-nos que iria acarretar aos professores e alunos dessas outras Faculdades de Letras dificuldades análogas ou semelhantes àquelas com que se debatem presentemente os das Faculdades de Letras de Lisboa.
A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?
O Orador: - Faz favor, Sr.ª Deputada.
A Sr. Zita Seabra (PCP): - Para melhor perceber o seu pensamento queria apenas perguntar-lhe: exportar o quê?
O Orador: - Exportar os inconvenientes. Os convenientes não, como é óbvio ...
O Sr. Vital Moreira (PCP) - Os inconvenientes já são mercantis?
A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Quais são os inconvenientes, Sr. Deputado?
Faculdades carecem de autonomia e que não é muito correcto que o Governo aponte muito rigorosamente em quantos anos ou em quantas fases se processa o ensino da Geologia ou da Geografia. Mas devo dizer-lhe que isso não está bem por parte do Governo, também o não estará por parte da Assembleia, que ao ratificar, por assim dizer, a situação actual estaria a sancionar os currículo tal como são debatidos e contestados por algumas pessoas e alguns sectores.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Gusmão.
O Sr. Manuel Gusmão (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em primeiro lugar, um curto protesto.
Respondendo a perguntas da minha camarada Zita Seabra acerca dos inconvenientes ou daquilo que exportaria a Faculdade de Letras de Lisboa, o Sr.