teve lugar num concelho onde a parte urbana é muito importante, e onde a questão era a de se saber qual o comportamento das populações urbanas alentejanas em relação à Reforma Agrária. E quanto a este ponto - repare o Sr. Deputado Magalhães Mota que se trata de uma grande cidade, a maior cidade alentejana, e que o resultado neste aspecto tem certo significado nacional - o comportamento da população urbana do concelho também está à vista, foi até determinante para a vitória absoluta da APU.

Não somos nós que inflacionamos os resultados e as reclamações que trouxemos hoje aqui à Assembleia da República não foram feitas em nome do resultado da eleição de Évora. Se o Sr. Deputado ouviu com atenção, não entronquei essas reclamações no resultado da eleição de Évora e espanta-me a sua insensibilidade neste ponto, porque não é essa a sua atitude normal. Entronquei, sim, essas reclamações na situação de brutalidade, de ilegalidade, de prepotência que está em curso no Alen tejo e que tem tremendas consequências para a economia nacional, para além de estar a ser um crime contra a população - contra os trabalhadores, é certo, mas até contra aqueles que já não trabalham, porque são muito velhos, e contra aqueles que ainda não trabalham, porque são crianças.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Surpreende-me, portanto, Sr. Deputado, a sua insensibilidade a este ponto.

Como já disse, é nessa situação que entroncamos as reclamações que aqui trouxemos, mas naturalmente quando as fazemos fazemo-las com confiança - e, para isso, o resultado de Évora é importante -, com a confiança que vos transmitimos. É um movimento de opinião que se levanta no País e onde estão democratas de muitas tendências ...

A Sr.ª Helena Roseta (PSD): - Tendências fantasmas da APU!

O Orador: - ... - comunistas e outros que são bem diferentes dos comunistas e que têm posições e opções bastante diferentes das dos comunistas -, movimento, enfim, onde estão os portugueses que sentem os problemas do povo português e que não admitem que a brutalidade regresse à nossa terra.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado Magalhães Mota pede a palavra para que efeito?

O Sr. Magalhães Mota (PSD): - Eu tinha pedido ao Sr. Deputado Carlos Brito uma breve interrupção. Como ele não me deu oportunidade de o fazer, vou ter dê usar da palavra, neste momento, sob a fórmula de prestar esclarecimentos.

Q Sr. Presidente: - Tenha a bondade.

O Sr. Magalhães Mota (PSD): - Creio que o Sr. Deputado Carlos Brito, quando invocou que teria alguma razão de queixa para reagir à ideia que apresentei de que o PCP tinha usado uma outra fórmula para concorrer às eleições de Évora, não está dentro da razão. Eu creio que isso terá ficado evidente da própria intervenção do Sr. Deputado Carlos Brito.

Em relação à parte dos seus esclarecimentos que focaram designadamente o CDS, eu não me sinto habilitado a falar em nome do CDS. Isso esclarece perfeitamente a diferença que existe entre parceiros concretos e parceiros imaginários, dado o facto de o Sr. Deputado Carlos Brito ter falado em nome da APU.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Mas afinal é o Partido Comunista ou não?

Risos do PCP.

Temos consciência das realidades. Sabemos a realidade do País em que nos movemos, do nosso povo, e, portanto, nós não transformamos em campanhas nacionais aquilo que é uma eleição local.

Mas, Sr. Deputado, devo dizer-lhe que, se por acaso quiser optar por esse raciocínio, ele é-nos favorável - não tenha dúvidas a esse respeito!

ós - repito o que lhe disse logo de início - somos o único partido a ter verificado uma subida constante dos seus resultados eleitorais. Nós estaríamos, portanto, predispostos a aceitar essa sua base de raciocínio, mas pensamos que, seriamente, não o devemos fazer. Essa é também uma diferença que nos distingue.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Querem ver que o PSD tem a maioria na Câmara de Évora!

O Sr. Sérvulo Correia (PSD): - Mas tem a maioria das câmaras.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Sr. Presidente, as alegações agora produzidas pelo Sr. Deputado Magalhães Mota implicam, necessariamente, que haja da minha parte uma resposta. Para além disso, uma