O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Não se deve isso ao PS; é aos emigrantes.
O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Lino Lima.
dele rescendessem algumas bondades. Ora, nem sequer é este o caso presente ...
Vem isto a propósito de algumas passagens do Programa sobre as linhas gerais de acção política do Governo e sobre as linhas de acção específica do Ministério da Agricultura e Pescas, passagens que ilustram bem a contradição frontal entre o que se diz em palavras e o que se faz na zona da Reforma Agrária, entre aquilo que se escreve no Programa e aquilo que o MAP tem estado a fazer e se propõe continuar a fazer aos trabalhadores da Reforma Agrária.
A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Muito bem!
mantém afrontosamente no MAP a equipa de Vaz Portugal-Ferreira do Amaral, que, tal como a equipa Barreto e Portas, praticam permanentemente naquele departamento governamental as mais descaradas arbitrariedades, irregularidades e ilegalidades contra as unidades colectivas de produção e as cooperativas, com o claro fim de fortalecer os agrários.
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Orador: - O Governo que, na parte do Programa respeitante à política específica do MAP, fala na "aplicação da legislação da Reforma Agrária no tocante aos direitos sobre a terra na zona de intervenção, com abertura ao diálogo com as partes interessadas" - pasme-se! -, é o Governo que mantém afrontosamente no seu seio os Srs. Vaz Portugal e Ferreira do Amaral, que, se escreveram a palavra "diálogo" sob pressão da opinião pública, que o exige, de certeza o fizeram a rir às gargalhadas, ao mesmo tempo que instrumentalizavam as forças de segurança da República para espancar brutalmente os trabalhadores agrícolas.
Aplausos do PCP.
Srs. Deputados: Como é possível acreditar nessa "abertura ao diálogo" de que nos fala o Programa no capítulo da política sectorial do MAP, quando os responsáveis pela sua execução são os mesmos que desde 10 de Outubro passado desencadearam na zona da Reforma Agrária uma brutal repressão sobre os trabalhadores - que não querem outra coisa senão trabalhar a terra e ter terra para trabalhar?
Vozes do PCP: - Muito bem!
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Orador: - E que, em 13 de Outubro, mandaram invadir a UCP Estrela Negra, de Sousel, onde cerca de setenta mulheres, adolescentes e crianças foram mordidos por cães, feridos e perseguidos dentro dos seus próprios quintais pela GNR, que partiu um braço e provocou ferimentos em todo o corpo a Felisberta Pires Coelho, deslocou duas costelas à coronhada a César Pereira Valente, fez morder por um cão a grávida Laurinda Martins Serra, acção repressiva que provocou ferimentos a trinta e nove pessoas, que tiveram de receber tratamento no Hospital Distrital de Portalegre? E, em 16 de Outubro, não foram eles que mandaram invadir pela GNR a UCP Dois de Janeiro, de Alter do Chão, que espancou uma dúzia de trabalhadores, entre os quais duas raparigas de 14 anos, a quem feriram brutalmente na cara? Como havemos de acreditar no "diálogo" dos Srs. Vaz Portugal e Ferreira do Amaral quando sabemos, como todo o País sabe, que foram eles quem mandaram invadir em 27 de Outubro a Cooperativa de