Da resposta prática a questões deste tipo, que responsabilizam o Governo no seu conjunto e não apenas o seu departamento especializado, é que se poderá ajuizar da importância relativa atribuída ao lugar da cultura no desenvolvimento do País, e até do sentido ético da política global do Governo.

Aliás, a um Governo que se propõe, como um dos seus três grandes princípios ,ou objectivos, o «reforço da consciência da identidade nacional» e a confirmação da «compatibilidade da democracia com a promoção saudável e equilibrada do sentimento nacional», exige-se uma resposta consequente e eficaz no domínio da .política cultura], instrumento decisivo para atingir tal desiderato. Pois não será o desenvolvimento da vida cultural em todas as regiões do País o apoio decidido à valorização dos nossos criadores um investimento na recuperação de um património em estado acelerado de degradação e a promoção no estrangeiro, em particular junto das comunidades portuguesas, de iniciat ivas que atestem a qualidade dos nossos criadores do passado e do presente, a melhor e mais eficaz forma ide prestigiar o nome de Portugal na Europa e no Mundo, e de dar àqueles portugueses mais inclinados ao cepticismo uma razão válida para que sintam que, apesar das dificuldades, dos obstáculos e até dos fracassos relativos, pode valer a pena continuar a viver neste país?!

Porque não tenhamos ilusões não é com acções de carácter propagandístico e de sinete governamental que se poderá algum da promover o sentimento nacional. Não se pense reincidir nos métodos do famigerado SNI...

Vozes do PS: - Muito bem!

ra de toque e um dos barómetros privilegiados para nos certificarmos da maior ou menor correcção da orientação política global de qualquer governo.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Muito bem!

O Orador: - Oxalá prossiga, pois, o esforço que estava em marcha para o desanuviamento da atmosfera cultural do País. Tal seria, aliás, a melhor homenagem efectiva a prestar ao grande poeta e escrito Miguel Torga, que é também uma figura grande do socialismo democrático português.

Aplausos do PS.

Da nossa parte, caso o Governo venha a ver o seu Programa não rejeitado por esta Assembleia, manteremos sobre esta política uma atenção particularmente vigilante.

Aplausos do PS e dos Srs. Deputados Cunha Simões e Sá Machado (CDS) e Vital Moreira (PCP).

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro, Álvaro Monjardino.

O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Muito bem!

O Orador: - ... aqui não viemos para combater ou para diminuir o Parlamento, que perante nós se encontra, que a Constituição consagra e que este Governo não discute.

O Sr. Amaro de Costa (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Desejaríamos não ser pretensiosos,, nem tomados como tais. Oferecemos o que temos e o que somos, na pouco invejável situação de, mesmo