e às carências da população e evitar o esbanjamento de milhares de contos, e deu ordens para se comprar a aparelhagem necessária, verificou que a casa que as devia vender se recusou a fazê-lo. Isto porque, entretanto, alguém >lá tinha ido e lhes perguntou quanto e que ganhavam na venda ao Estado daquela aparelhagem. E perante a resposta de que ganhavam 4000 contos, foi-lhes oferecida a quantia de 5000 contos para não fazerem tal venda.
Há casos extremamente graves, como este, que a seu tempo terão de ser revelados. Pela minha parte, Srs. Deputados, nunca serei conivente nem encobridor de traficâncias!
Aplausos do PS, do PCP, da UDP e do Deputado independente Aires Rodrigues.
Sou um homem descomprometido, apenas comprometido comigo mesmo.
O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Posso interrompê-lo, Sr. Deputado?
O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado. Tenho muito gosto em ouvi-lo.
O Sr. Amaro da Costa (CDS): - Suponho que a Câmara estará interessada em saber o que é que o Sr. Deputado fez nesse caso, como Ministro.
Vozes tio CDS: - Muito bem!
O Orador: - Essa informação chegou-me depois de já ter sido Ministro ...
Vozes do CDS: -Ah!...
O Orador: -... e foi-me dada directamente pelo Secretário de Estado que viveu esse problema.
Srs. Deputados, não me perguntem o que fiz. Perguntem-me, sim, o que gostaria de ter feito.
Risos do CDS.
E, se me dessem mais algum tempo, veriam o que se teria feito.
Vozes do PS: - Muito bem!
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Vê-se!
O Sr. Florival Nobre (PS): - Ainda pode vir a fazer!
O Orador: - ía a dizer, Srs. Deputados, que estes assuntos têm de ser encarados com serenidade e bom senso. Isto porque temos de ter sempre em conta o interesse do povo português e pôr de lado as divergências partidárias e não transformar, como tenho dito várias vezes, o projecto do Serviço Nacional de Saúde num projecto partidário, sectarizado ou numa bandeira política. Se fizermos isso, não estamos a ser honestos para com o nosso povo.
Sou um homem inteiramente livre, obedeço apenas à minha consciência. E a minha consciência leva-me a dizer que o objectivo essencial é conseguir para o povo português a resolução dos problemas de saúde; por isso estou pessoalmente aberto a todas as sugestões. Mas o projecto não será esvaziado e não faremos aqui um projecto de fancaria, pois temos de dar ao povo o que ele merece. Nisso, nós, socialistas, seremos intransigentes.
Aplausos do PS.
O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Só nisso?!
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Oliveira Dias, há ainda muitos Deputados inscritos para pedidos de esclarecimento. O Sr. Deputado deseja responder já ou no fim?
O Sr. Oliveira Dias (CDS): - Se o Sr. Presidente permitir, e dado que a intervenção do Sr. Deputado António Arnaut foi bastante extensa, respondia já.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Oliveira Dias, não tenho dúvidas em conceder-lhe a palavra, porém, gostaria de lembrar que o Regimento estabelece meia hora para se fazerem pedidos de esclarecimento. É evidente que o meu critério não é rígido, mas já se expenderam quinze minutos e, como disse, há ainda vários Srs. Deputados inscritos.
A minha intenção é apenas a de informar os Srs. Deputados quanto a este ponto.
O Sr. Oliveira Dias (CDS): - Sr. Presidente, não sei se o tempo que utilizarei conta para os trinta minutos. Mas, de qualquer maneira, procurarei ser bastante breve.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
médicos livres de preço, isto é gratuitos, é assegurado por um sistema estatal de serviços de saúde pública. Portanto, penso que o Sr. Deputado António Arnaut considerará também o Sr. Leonid Breznev como um retrógrado.
Risos do CDS.
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Grande argumento!
O Sr. António Arnaut (PS): - O Sr. Deputado dá-me licença que o interrompa?
O Orador: - Faça favor, Sr. Deputado.