TLP em face do que se está a passar é extremamente duvidoso. Duvidoso porque o Sr. Deputado nem sequer fez referência a todas as medidas que os trabalhadores tomaram, por exemplo aos sacrifícios que fizeram, até em prejuízo da sua própria luta, na manutenção dos piquetes que sem dúvida protegeram, e continuam a proteger, aquilo que é fundamental em todo este sector das telecomunicações.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.

O Sr. Nuno Abecasis (CDS): - O Sr. Deputado Severiano Falcão é livre de fazer o juízo que entender acerca daquilo que eu disse e até de fazer as fantasias que quiser sobre as disposições e os pensamentos do povo português relativamente aos factos que se estão a passar diante dos nossos olhos. Só gostaria de lhe pedir que não fosse tão cego ou tão antidemocrático ao ponto de pensar que esta Assembleia não reflecte efectivamente o querer e a vontade do povo português. Ora nesta Assembleia, Sr. Deputado, a voz do Partido Comunista é a única que se levanta na defesa intransigente desta greve. Isto mostra bem até que ponto os Srs. Deputados do Partido Comunista estão isolados, tendo em conta a vontade e o querer do povo português, que aqui todos reflectimos.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Não se preocupe com essa questão, Sr. Deputado!

O Orador: - Quanto ao resto, Sr. Deputado, tomo o compromisso pessoal de me informar, informando posteriormente a Câmara, de quais são os prejuízos irreparáveis que esta greve está a causar, apesar das boas disposições dos célebres piquetes a que o Sr. Deputado se referiu.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Cunha Leal.

O Sr. Cunha Leal (PSD): - Sr. Presidente, é para, em resposta a certos comentários do Sr. Deputado Severiano Falcão, dizer a este Sr. Deputado e à Câmara que não consideramos as virtualidades do Partido Comunista Português tão grandes que sejam elas as causadoras do dilúvio que tem caído nos últimos dias sobre o País.

Por outro lado, queria dizer-lhe que consideramos as habilidades e as virtudes dos trabalhadores da companhia dos Telefones de Lisboa e Porto tão grandes como as supõe o Sr. Deputado. Na realidade, bastou que eles se pusessem à margem dos serviços que lhes estavam entregues para estes caírem no pandemónio em que caíram.

Era isto o que lhe queria dizer, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

A Sr.ª Ercília Talhadas (PCP): - Muito bem!

O Orador: - ... sendo servida sobretudo pelos serviços de telecomunicações dos correios, que não estão em greve.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Portanto esta é mais uma questão que deveria merecer a atenção dos Srs. Deputados quando fazem certas afirmações.

Também sabemos que a greve dos TLP, o seu prosseguimento e as condições que a originaram foram ontem objecto de ampla discussão. Tive a oportunidade de ver pela televisão um plenário em que estavam presentes 6000 trabalhadores - que não são poucos, mas muitos, em relação a todos os trabalhadores dos TLP -, plenário esse que decidiu, por unanimidade, prosseguir a greve e denunciar como falso tudo aquilo que aqui se tem dito. Os Srs. Deputados são livres de dizer que falso é aquilo que os trabalhadores dizem, mas talvez não ganhem a causa quando se apurar tudo o que efectivamente se passou.

Vozes do PCP: - Muito bem!

bem como pelas populações, a fim de minorar os males e aliviar os sofrimentos dos atingidos.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Assim, rejeitando as insinuações, protestamos contra a manipulação das cheias