que, em meu entender, é do que se trata - para amarrar os trabalhadores dos TLP a um pelourinho a que não têm de ser amarrados, isto porque, para além de não terem responsabilidade nenhuma no que se está a passar, tomaram todas as providências para que os serviços fundamentais ou simplesmente necessários à salvaguarda dos interesses gerais em causa funcionassem.

O Sr. Deputado Nuno Abecasis referiu-se também aos prejuízos irreparáveis no equipamento. O Sr. Deputado ficou de o demonstrar. Contudo, devo dizer-lhe que o Governo ainda há bem poucos dias, antes das chuvas diluvianas, dizia que a greve dos TLP não afectaria os serviços porque os TLP tinham um funcionamento na quase totalidade automático. É um pouco esquisita a discrepância entre estas duas afirmações, a do Governo e da administração dos TLP e a do Sr. Deputado. Devo dizer-lhe também que os 6000 trabalhadores dos TLP que estavam no Pavilhão dos Desportos afirmam o contrário do que afirma o Sr. Deputado.

Tudo considerado, veremos, no fim de tudo, quem é que de facto tem razão.

Aplausos do PCP.

O Sr. Cunha Leal (PSD): - Se V. Ex.ª me consentir, Sr. Presidente, como são apenas duas intervenções para esclarecimento da intervenção do Sr. Deputado Veiga de Oliveira ...

O Sr. Presidente: - Não tenho a certeza de que sejam apenas duas intervenções, Sr. Deputado. Duas trazem quatro, quando não mais.

O Sr. Cunha Leal (PSD): - Vamos admitir que são apenas duas, Sr. Presidente, porque estamos num parlamento cheio de homens de boa vontade.

O Sr. Presidente: - Vamos então admitir que serão apenas duas as intervenções. Tem V. Ex.ª a palavra, Sr. Deputado Cunha Leal.

muito de mal que vai por este país fora em matéria de calamidades provocadas pelos dilúvios que têm tombado sobre nós por não terem à sua mercê linhas telefónicas de comunicação que lhes permitam o relato fiel do que se tem passado. Não sei nada disso.

Não sei também se é justa ou não a reivindicação dos trabalhadores dos TLP. Sei apenas o seguinte: se eles pretendiam pôr-se de bem com a consciência própria deste país, melhor teria sido que voltassem aos seus lugares, que tivessem interrompido a greve que iniciaram, para perante a calamidade pública não se colocarem como vítimas imbeles da intempérie que tombou sobre nós e como meros auxiliares da melhor maneira de nos pôr a recato dos inconvenientes que dela resultaram. Sei que, se o houvessem feito, se houvessem retomado o seu lugar e interrompido a greve para a ela voltarem logo que resolvidos os problemas que mais nos afectam e que mais tocaram fundo a alma dos Portugueses, a sua luta seria muito melhor compreendida pela grei nacional e a pugna pelas suas reivindicações teria sido muito melhor acolhida pelo povo português, que assim a repudia.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Muito bem!

não saberiam reconhecer.

É isto o que eu lamento e é isto que quis pôr em evidência. É isto também que põe em causa as declarações do Sr. Deputado Veiga de Oliveira.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.

O Sr. Nuno Abecasis (CDS): - Sr. Engenheiro Veiga de Oliveira, somos dois engenheiros, como tal habituados às palavras do rigor e penso que à precisão das afirmações.

Gostei que me tivesse feito o desafio que me fez, porque ele me dará ocasião de chamar a atenção da Câmara para algumas imprecisões da intervenção do Sr. Deputado Severiano Falcão e da sua própria intervenção.