exacta, ela merece um protesto veemente, se não é exacta, merece essa explicação.

A afirmação é a seguinte: disse o Sr. Deputado Nuno Abecasis que nós, [...] II Governo Constitucional - e quando digo isto, estou a pensar não só nos Ministros socialistas, mas também nos outros Ministros, porque esse Governo não era constituído apenas por membros do PS e do CDS -, nós tínhamos aproveitado a ausência dos Ministros do CDS para votar a extinção da Fundação Salazar.

Desejava perguntar ao Sr. Deputado Nuno Abecasis se esta afirmação é exacta.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis para respondo, se assim o entender.

O Sr. Nuno Abecasis CDS): - Sr. Deputado José Luís Nunes, não foi exactamente isso que eu disse.

Vozes do [...]

O Orador: - O Sr. Deputado não me ouviu dizer que os outros Ministros se tinham aproveitado.

Protestos do PS.

Penso que o Sr. Deputado José Luis Nunes tem, de facto, interesse em ouvir o que estou a dizer e, portanto, se me derem licença...

O Sr. José Luis Nunes (PS): - Ó Sr. Deputado, peço-lhe o favor de não pôr em dúvida o meu interesse em saber o que disse.

O Orador: - Com certeza, Sr. Deputado.

O Sr. José Luís Nunes (PS): - e de não fazer um processo de intenção, visto que não fiz nenhum comentário nem o interrompi uma única vez. Estou apenas á espera de ouvir o seu esclarecimento para fazer ou não o protesto.

O Orador: - Exactamente, Sr. Deputado, é isso precisamente que estou a fazer. Mas antes de continuar queria deixar claro que quando digo que os seus colegas de bancada e outros Deputados impedem que lhe responda [...] não me estou a referir ao Sr. Deputado, [...] que não o fez.

Mas, relativamente à sua pergunta, queria esclarecer que [...] disse foi que os Ministros do II Governo que pertenciam ao meu partido manifestaram a sua discordância relativamente à extinção da Fundação Salazar e que a votação final foi feita quando estavam ausentes. Portanto, não disse que eles se aproveitaram da sua ausência.

O Sr. Jorge [...]: - Não disse, Sr. Deputado?!

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Disse e repetiu!

Uma voz do PCP: - É uma palavra de um fascista.

O Orador: - Não é bem a mesma coisa, embora o Sr. Deputado possa tirar essa conclusão, se assim o entender.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Oh, Sr. Deputado, aldrabices!

O Orador: - Sr.ª Deputada Zita Seabra, estou a falar com o Sr. Deputado José Luís Nunes.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Oh, Sr. Deputado, mas é que essas aldrabices irritam-me!

O Orador: - Não esteja nervosa, Sr.ª Deputada, que eu, depois, posso contar-lhe uma história.

Aliás, se o Sr. Presidente der licença, conto-a já e penso que o Sr. Deputado José Luís Nunes não se vai importar.

O Sr. Presidente: - Mas, Sr. Deputado Nuno Abecasis, V. Ex.ª está no uso da palavra, porque lhe pediram um esclarecimento e não para que contasse uma história.

O Orador: - É que a história é pertinente. Sr. Presidente, e talvez a Assembleia gostasse de a ouvir.

O Sr. Presidente: - Se tem a convicção de que a história é realmente pertinente, faça favor de a contar, Sr. Deputado Nuno Abecasis.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Nós já estamos fartos das suas orações!

Unia voz do CDS: - Não esteja!

O Orador: - E eu estou furto das suas impertinencias, Sr. Deputado.

O Sr. Presidente: - E se, para acabarmos com o incidente, o Sr. Deputado Nuno Abecasis renunciasse a contar a história?...

O Sr. Lino Lima (PCP): - Não será melhor mandá-la por escrito para a Mesa?

Uma voz do PCP: - Mande-a por telex.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - É essa a sua história?

O Orador: - Parece-me que a história era pertinente, mas agora continuarei a esclarecer o Sr. Deputado José Luís Nunes sobre o que ele desejar.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Mas o problema era o da sua curta memória, Sr. Deputado ...

O Sr. José Luís Nunes (PS): - Em primeiro lugar, quanto à historio que contou sobre a sua visita a Cabo Verde, gostaria de lhe dizer que compreendo que os cabo-verdianos tenham admirado as casas feitas