soa do Sr. Cardeal Cerejeira, bem simbolizado na sua passividade perante os crimes que a ditadura praticou neste país.

O Sr. Jorge Leite (PCP):- A sua colaboração.

Srs. Deputados, acho que já começa a ser altura de modificarmos os métodos de trabalho nesta Assembleia e as nossas intervenções, localizando-nos simplesmente nos verdadeiros interesses, do povo português, não misturando coisas que não se podem misturar, e lembrarmo-nos todos, Srs. Deputados, que nas fileiras da democracia contra o 25 de Abril havia muitos "cristãos-velhos" e que depois do 25 de Abril é que apareceram os "cristãos-novos"! ...

Aplausos que alguns Deputados do PS, do PCP, da UDP e dos Deputados independentes Aires Rodrigues, Lopes Cardoso, Brás Pinto e Vital Rodrigues.

O Sr. Alexandre Reigoto (CDS): - Lá isso e verdade!

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.

O Sr. Muno Abecasis (CDS): - Sr. Presidente, pedi a palavra para protestar contra afirmações que o Sr. Deputado Vasco da Gama Fernandes me quis atribuir, afirmações essas que não proferi.

Sr. Deputado Vasco da Gama Fernandes, não estou habituado a fazer sermões e mesmo, se por acaso o estivesse, não me sentiria diminuído por isso.

Vozes do CDS: - Muito bem!

Procurei, Sr. Deputado, ao contrário daquilo de que me acusa, que a minha intervenção fosse objectiva, tendo-o sido.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - Muito!

O Sr. Carlos Robalo (CDS): -Oh Sr. Deputado Vital Moreira, o senhor abusai.

O Orador: - Poderia ter aqui trazido a debate problemas religiosos, mas não o fiz. Referi-me exclusivamente à forma como foram tratados, em termos de informação, os assuntos que estavam em debate no programa, em causa.

- Não há uma única palavra na minha comunicação a esta Câmara que se possa confundir com qualquer coisa que nunca fiz: provocar a guerra ideológica e desrespeitar as ideias dos outros.

Estão aqui representes cerca de 260 Deputados que sabem que nunca fiz isso nem em plenário, nem em comissão, nem particularmente com qualquer um deles.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Vital Moreira (PCP): -Que farisaísmo!

O Orador: - V. Ex.ª, Sr. Deputado Vasco da Gama Fernandes, fez o favor de falar no padre Abel Varzim. Devo dizer-lhe que, ao contrário de muitas pessoas que aqui invocam essa figura, fui seu amigo pessoal e que dele recebi muitas lições.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Também eu! Vozes do PCP: - Também eu!

O Orador: - Srs. Deputados do Partido Comunista, daqui a pouco falarei com V. Ex.ª Neste momento estou a falar com uma pessoa que respeito muito e que me magoou bastante.

O Sr. Aboim Inglês (PCP): - Está a falar para a Assembleia!

O Orador: - O mesmo lhe posso dizer, Sr. Deputado Vasco da Gama Fernandes, acerca do Sr. Bispo do Porto, de quem também sou muito amigo e a quem, desde os meus tempos de liceu, me habituei a respeitar durante toda a minha vida de acção católica.

Mas não trouxe aqui nada disso. Trouxe factos objectivos e um problema que volto a colocar a esta Assembleia: é se, em nome da democracia - nós que temos obrigação de a defender-, estamos ou não dispostos a deixar que em Portugal a informação seja estupidamente manipulada, como ia aqui foi dito.

O Sr. Rui Pena (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Isto porque o único efeito visível na sociedade portuguesa é que amanhã ninguém acreditará que o fascismo é um mal.

E o Sr. Deputado Vasco da Gama Fernandes, que fez a invocação do Papa Pio XI, esqueceu-se de dizer que esse Papa heróico denunciou e condenou o fascismo em Itália. É um facto objectivo e histórico que toda a gente no mundo conhece e que não pode aqui ser ignorado nem mistificado.

Vozes do CDS e do PSD: - Muito bem!

Aplausos do CDS e de alguns Deputados do PSD.

Não me acuse a mim daquilo que o Sr. Deputado fez, trazendo para aqui a guerra religiosa!

Vozes do CDS: - Muito bem!