O Sr. Vital Moreira (PCP): - Chegou o seu patrono, Sr. Deputado!
O Sr. Presidente:- Tem a palavra para responder; se assim o desejar, o Sr. Deputado Jorge Lemos.
O Sr. Jorge Lemos (PCP): - Creio, que o ,Sr. Deputado Carlos Robalo não me levou a mal pelo facto de não ó ter deixado interromper-me. Tenho por costume deixar quem me faz perguntas interromper-me, mas quando uma pessoa estranha à discussão aparece ...
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Dá-me licença que o interrompa?
O Orador: - Faz favor. Agora pode interromper.
O Sr. Carlos Robalo (CD S): - Não tenho uma memória muito forte, mas permita-me, que dê um exemplo nominal - o que nem sequer é de meu hábito: tenho visto alguns Deputados do seu partido, e em especial o Sr. Deputado Vital Moreira, pedir inúmeras interrupções nesta Câmara. Devo dizer-lhe mesmo que tenho visto a maioria das vezes, porque é uma praxe, ser concedida a interrupção. Lembraria até que, há relativamente pouco tempo, o Sr. Deputado Sousa Franco fez uma declaração política, tendo até sido pedidas interrupções durante as respostas que ele estava a dar por Deputados a quem não estava a responder e que, por acaso eram da sua bancada.
Vozes do CDS: - Muito bem!
O Orador: - Ó ,Sr. Deputado Caros Robalo, acabei de dizer que concedi a interrupção ao Sr. Deputado Nandim de Carvalho e disse que, como o Sr. Deputado estava inscrito para me fazer uma pergunta não se justificava que me interrompesse quando eu estava a falar. Respondendo agora às suas perguntas, volto a dizer que as diatribes que a sua bancada usa para defender este Governo «moribundo» são, de facto incríveis e já vão ao ponto, de chamar «astros» aos Deputados do Partido Cómunista. Os Deputados do Partido Comunista não são «astros», estão aqui a representar o povo que os elegeu ...
O Sr. Cunha Simões (CDS):=O povo russo!
O Orador:- ... e continuarão aqui nesta bancada a defender os interesses do povo e da democracia.
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Orador: - Com respeito à reestruturação da empresa, este estatuto não foi feito para reestruturar uma empresa em crise, foi feito para impor a uma empresa, dita em crise, um determinado figurino de acordo com o que o Sr. «Ministro da Propaganda» pretende. Foi para isso que fez o estatuto de excepção.
-O Sr. Malhó da Fonseca (CDS):- Seu malcriado!
Risos e protestos do PCP.
O Sr. Presidente:.- Sr. Deputado, queira continuar. Faça de conta, tal como eu, que não ouviu o aparte.
O Orador: - Com respeito ao facto de o meu partido não ter pedido a ratificação do outro decreto-lei, creio que já respondi, mas volto a fazê-lo. Na altura tínhamos democratas no Governo ...
O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Democratas do PCP!
O Orador: - :... neste momento duvido que lá estejam democratas. Há um ano que aquele estatuto vigora na RTP e não provocou tanto mal como este em escassas semanas na RDP.
Vozes do PCP:- Muito bem!
O Orador: - Mais uma razão, portanto, para. Deitar abaixo esse estatuto nesta Casa, onde os representantes do povo não o deixarão passar!
Aplausos do PCP.
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Peço a palavra, Sr. Presidente:
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, é para um protesto?
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente, não é para um protesto, ainda que de facto pudesse utilizar essa imagem, tendo em conta a linguagem utilizada pelo Sr. Deputado Jorge Lemos. Quero é dar um esclarecimento Sr. Presidente.
Orador: - Naturalmente que somos Deputados que estamos aqui exercendo as nossas funções de pleno direito e devo dizes-lhe que não necessitamos de diatribes.
Por outro lado, teríamos grandes dilficuldades em pedir meças à sua bancada sobre o problema das diatribes, porque há uma coisa que não conseguimos: é organizar diatribes bem organizadas e orquestradas.
O Sr. Jorge Lemos (PCP):- Nem isso sabem fazer.
O Orador: - Pois não, mas a razão é a de que temos um estatuto de liberdade.
O esclarecimento que lhe queria dar era o seguinte: não chamei «astros> aos Deputados da sua bancada. Longe de mim tal ideia! Longe de mim, Sr. Deputado! Considero-os única e simplesmente Deputados.
Quando me referi ao « astro», estava de facto a confundir o Sr. Deputado com um certo ar galhofeiro, é certo - com o Dr. Herculano Quintanilha...
... porque estava a fazer previsões sobre as perguntas que lhe ia fazer. Foi baseado, de facto nas previsões