O Sr. Vítor Louro (PCP): - Oh!...

O Orador: - Não tenha dúvidas, Sr. Deputado! Eu devo muito menos aos capitalistas do que muitos Deputados dessa bancada.

Aplausos do CDS.

Portanto, Sr. Deputado, não entremos em personalizações, porque eu não gosto muito delas.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Isso quer dizer que já lhes pagou muito.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Vítor Louro, V. Ex.ª já sabe que depois pode inscrever-se, não podemos é entrar em diálogo.

O Orador: - Sr. Deputado Vítor Louro, não se esqueça do velho ditado português que diz que quem tem janelas de vidro deve, pelo menos, ter cuidado ao atirar as pedradas.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Não é o caso.

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Não as temos.

O Orador: - Sr. Deputado, isto é um ditado do povo português que VV. Ex.ªs dizem defender. Eu devo dizer-lhes que, sem apregoar demagogicamente essa defesa, respeito esse povo e até os seus ditados.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Mas o que eu quero dizer é o seguinte: lamento que a Sr.ª Deputada Zita Seabra, que normalmente apresenta intervenções inteligentes, tenha de utilizar esse tipo de demagogia para responder a perguntas que lhe são feitas. Aliás, estas minhas palavras, além de serem de protesto, são também de lamento, porque isso não colhe nada nem a ninguém. A Sr.ª Deputada não engana nem os trabalhadores nem os reformados com essa sua intervenção.

O Sr. Presidente: - A Sr.ª Deputada Zita Seabra pediu a palavra para contraprotestar?

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Sr. Presidente, creio que o que pretendo fazer nem é um contraprotesto, porque isto não o merece. É só para um esclarecimento.

O Sr. Presidente: - Então faça favor de esclarecer.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - Eu tinha dito na minha intervenção que ainda não tinha percebido quem é que no fundo defendia o orçamento previsto para a segurança social, pois todos os partidos que eu tinha ouvido falar se haviam demarcado dele e, inclusive, o próprio Ministro. Todavia, agora já percebi quem é que vem aqui defender este Orçamento.

Aplausos do PCP.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - É claro!

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Dá-me licença, Sr. Presidente? É para prestar um esclarecimento.

O Sr. Presidente: - Com certeza.

O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Não _ há dúvida nenhuma de que à Sr.ª Deputada não aproveita a verdade.

Eu não me referi ao Orçamento que está agora a querer aproveitar.

A Sr.ª Zita Seabra (PCP): - E eu não me referi só a si, Sr. Deputado.

O Orador: - Eu referi-me, sim, à demagogia, e, se quiser, à fuga demagógica da Sr.ª Deputada a um problema que lhe foi posto.

Portanto, V. Ex.ª está a fazer deduções que são da sua responsabilidade e que deve tomar como tal. O problema é seu, não é nosso, Sr.ª Deputada.

Risos do PCP.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Para que efeito?

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, se V. Ex.ª entender poder usar a figura regimental do protesto ou outra qualquer, visto que isto é um debate especial em que o direito de palavra só tem como limite o tempo que nos está reservado.

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Em primeiro lugar, quero esclarecer que o ditado português não fala em janelas de vidro, mas em telhados de vidro.

Risos do PCP.

O Sr. Cunha Simões (CDS): - Vocês são tão baixos que tem de ser janelas.

O Orador: - Quando se citam ditados, convém conhecê-los, Sr. Deputado Carlos Robalo.

Em segundo lugar, o Sr. Deputado fez o protesto porque alguém desta bancada respondeu a um pedido de esclarecimento do Sr. Deputado Nuno Abecasis. E é isso que verdadeiramente está em causa.

O Sr. Deputado Nuno Abecasis pretendeu confundir o direito à greve dos trabalhadores no activo com os problemas, que são graves e que, pelo me-