querer levar a questão do jogo até às culminâncias do indesejável - não é disso que se trata -, podia dizer, numa caricatura um pouco exagerada, que amanhã o Governo autorizaria a empresa a plantar liamba nos areais de Tróia para se viabilizar..
Aplausos do PS, do PCP e dos deputados independentes Vital Rodrigues e Brás Pinto.
O Sr. Cunha Simões (CDS): -Peço a palavra, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: -Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Cunha Simões (CDS): - Para pedir esclarecimentos, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Tenha a bondade, Sr. Deputado.
De facto, parece-me que é isto o que se está aqui a passar, ou seja, o Sr. Deputado tenta proteger a zona do Algarve em detrimento da zona de Tróia.
O Sr. Deputado, em vez de propor - como muito bem disse o Sr. Deputado Vasco da Gama Fernandes
que o jogo seja proibido ou permitido para todos, vem com um bocado de vivacidade - nisso felicito-o apoiar ...
O Sr. Presidente:- Sr. Deputado Cunha Simões, V. Ex.ª pediu a palavra para formular pedidos de esclarecimento, e não para fazer uma intervenção.
O Orador: - Faço já a pergunta, Sr. Presidente. Diz o Sr. Deputado que a solução para Tróia seria outra e que Tróia não se desenvolve porque não há imaginação. No entanto, tenho aqui uma carta da Torralta em que se diz que esta empresa foi intervencionada em 1974 e desintervencionada em 5 de Abril de 1978.
O Sr. Presidente:- Sr. Deputado, queira formular a pergunta.
O Orador:- Queria saber porque é que, durante o período em que V. Ex.ª esteve no Governo e em que a Torralta apresentou um déficit de, 5000 milhões de escudos, não resolveu este problema e o problema de todos os pequenos accionistas que investiram na Torralta.
O Sr. Herculano Pires (PS): - Que pobreza!
O Sr. Vital Moreira (PCP): -Dá-me licença, Sr. Presidente?
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Sr. Presidente, queria apenas perguntar à Mesa se tem conhecimento de alguma razão que tenha levado os representantes do Governo a abandonarem a Assembleia sem dizerem «água-vai».
O Sr. Presidente: - A Mesa não tem conhecimento de nada, Sr. Deputada.
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Obrigado!
O Sr. Salgado Zenha (PS): - Peço a palavra para formular um protesto,
Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Salgado Zenha (PS): - O assunto que está aqui em discussão é a ratificação de um decreto-lei da autoria do próprio Governo, não tendo o CDS qualquer responsabilidade nele, não obstante o calor com que tem intervindo possa fazer supor isso. Houve uma intervenção de um camarada meu, o Sr. Deputado Luís Filipe Madeira, na qual se fizeram várias perguntas ao Governo, que estava presente e que, como tal, ouviu essas interpelações. Não discuto se á intervenção foi boa ou má, não é isso que interessa agora.
Considero é que é uma ofensa à própria Assembleia da República o facto de o Governo se ter retirado sem responder a essas perguntas.
Aplausos.
O voto dos Deputados é livre, os seus argumentos são livres, não foi aqui proferida nenhuma ofensa a nenhum membro do Governo, nem era esse o nosso intuito. Antes do 25 de Abril é que a Assembleia Nacional era assim tratada pelo Governo. O Governo falia gala em demonstrar que a Assembleia Nacional não tinha quaisquer poderes. O que não se pode admitir é que os governos do 25 de Abril se comportem como os governos do 28 de Maio.
É este o sentido do meu protesto.
Aplausos do PS, do PCP, de alguns Deputados do PSD e do CDS e dos Deputados independentes Vital Rodrigues e Brás Pinto.
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente, peço a palavra para prestar alguns esclarecimentos ao Sr.ª Deputado Salgado Zenha.
O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Parece-me que o Sr. Deputado Salgado Zenha vê a nuvem por Juno ou, pelo menos, faz algumas confusões. Devo-lhe