O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Eduardo Vieira

O Sr. Eduardo Vieira (PSD): - Queria apenas tecer alguns considerandos sobre os esclarecimentos do Sr. Deputado António Arnaut que, não fazendo nenhuma pergunta, me obriga a isso.

Quando dizemos que entendemos que o Serviço Nacional de Saúde deve ter a aceitação de todos nós, pensamos que assim deve ser. O SNS só será efectivamente nacional se todos os partidos aqui representados derem as suas achegas, de forma que se atinja um consenso perante o qual se possa dizer que este é o nosso Serviço Nacional de Saúde. Então sim, esse será o Serviço Nacional de Saúde do povo português.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Muito bem!

O Orador: - O que nenhum partido pode fazer è vir aqui e dizer: «este è o nosso projecto e, como tal, é o projecto do povo português». Isso, francamente torna-se um tanto ou quanto ridículo, porque todos nós representamos aqui de pleno direito, o povo português.

Aplausos do PSD e do Sr. Deputado Narana Coissoró(CDS).

O Sr. Deputado António Arnaut refere-se ao Serviço Nacional de Saúde de Inglaterra, mas è óbvio que ainda não nos esquecemos do que o Sr. Deputado José Nisa aqui disse na sessão anterior: que o Sr. Deputado António Arnaut esteve em Londres - também eu lá tenho estado, todos nós vamos a Londres . . .

Risos do PS e do PCP.

... a gente aprende lá, até ficamos a saber o que é um bom Serviço Nacional de Saúde -, que 98% dos doentes ingleses utilizam o Serviço Nacional de Saúde ...

O Sr. António Arnaut (PS): - Não é bem isso!

com o nome de todos os medicamentos que existem para que o doente escolhesse a doença e o medicamento e se fosse embora. Parece-me que é isso o que todos querem afinal!

Protestos do PS e do PCP.

O Sr. José Jara (PCP): - Isso é mentalidade de farmacêutico.

O Orador: - Nós não o queremos. Por outro lado, diz o Sr. Deputado António Arnaut que a medicina privada em Inglaterra não vai para a frente. É óbvio que não, pois se anualmente 700 técnicos da saúde emigram para vários países, tal como referi na minha intervenção, se são precisamente os médicos que gostavam de se realizar livremente na sua profissão, que emigram é natural que não fique ninguém para a exercer . . .

Parece-me que, mais ou menos, respondi, contestando, às afirmações do Sr. Deputado António Arnaut.

Aplausos do PSD.

O Sr. Lopes Cardoso (Indep.): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Para que efeito, Sr. Deputado?

O Sr. Presidente: - O Sr. Deputado pode dar um esclarecimento, mas fazer uma pergunta agora é ir bastante fora do Regimento.

verdadeira, pois é o Sr. Deputado quem tem de o demonstrar, e não o Sr. Deputado António Arnaut.

Por outro lado, tenho ainda uma outra dúvida que lhe queria colocar. O que é que será melhor: que os médicos emigrem de Inglaterra, ou que se reduza o número de estudantes de Medicina, como propõe o Presidente da Ordem dos Médicos (numerus clausus de 180) num pais em que a população está muito longe de ter acesso à saúde?

Também aqui se confundem os problemas: um problema é o da emigração dos médicos ingleses e outro ê o da satisfação das necessidades básicas. Os médicos ingleses talvez tenham de emigrar, mas em Portugal aqueles que pretendam exercer a medicina vêem as portas