que agora se apurou com o debate, ainda se leva, talvez uns vinte minutos. Nesta conformidade não sei como é que a Câmara pretende fazer.
Talvez se pudesse fazer a lista num papel branco, onde os Srs. Deputados escreveriam: «sim», «não» ou então «abstenção». O que pensam?
Pausa.
Tem a palavra o Sr. Deputado Magalhães Mota.
O Sr. Magalhães Mota (lndep.): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pensamos que a eleição deve ser feita por forma a garantir o segredo do voto e que deve ser feita por lista, devendo permitir o «sim», o «não» e a «abstenção», tal como tem sido prática neste tipo de eleições.
O Sr. Presidente: - Por mim, reconheço a legalidade da tese agora apresentada e, se não há qualquer outra ideia, dá-me impressão de que o melhor era interrompermos os trabalhos por um período de quinze minutos, para dar tempo a que se organizasse este mecanismo. O que pensam os Srs. Deputados?
Pausa.
Tem a palavra o Sr. Deputado Salgado Zenha.
O Sr. Salgado Zenha (PS): - De facto, Sr. Presidente, não pedira a palavra, mas, uma vez que me concede essa generosidade, penso que, se porventura vai haver um intervalo de quinze minutos, o melhor era voltarmos depóis do almoço, dado que já são 12 horas e 45 minutos.
No entanto, se outra for a deliberação da Mesa, ou a opinião dos outros partidos não for coincidente, não faremos oposição. Ontem jantámos tarde, hoje almoçamos tarde - é normal.
O Sr. Presidente: - A Mesa opta por se proceder à votação depois do almoço e estaríamos novamente aqui às 15 horas.
Entretanto, tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira.
O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, não podem ficar só os escrutinadores. Vamos fazer uma votação com a Assembleia encerrada?
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Não, a votação faz-se com a Assembleia em funcionamento, Sr. Presidente; o escrutínio é que não é obrigatório que seja feito com a Assembleia presente.
O Sr. Presidente: - Mas o escrutínio tem de ser feito com a Câmara em funcionamento, Sr. Deputado .
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - A Câmara pode decidir que o escrutínio seja feito de outra forma e eu posso ficar no escrutínio, em representação do meu grupo parlamentar.
O Sr. Presidente: - Em minha opinião, penso que não, Sr. Deputado. A Assembleia que resolva, mas há um princípio que não pode ser esquecido que é o da continuação da reunião.
Tem a palavra o Sr. Deputado Amândio de Azevedo.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pensamos que a sugestão há pouco feita salvaguarda totalmente a liberdade de voto. Num papel em branco, qualquer Deputado escreve «sim», « não» ou « abstenção» e exprime com toda a liberdade o seu voto, sem problema nenhum. É só a diferença entre fazer uma cruz num quadradinho ou então escrever a palavra em maiúsculas, o que não caracteriza qualquer tipo de letra.
O Sr. Presidente: - Com certeza, Sr. Deputado. Mas dado que existem duas opiniões diferentes e como é a Assembleia que deve decidir, temos de chegar a um consenso.
Tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Robalo.
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Sr. Presidente: Nós não aceitamos que a eleição se faça numa base de «sim» ou «não». De facto, ou se faz a eleição nos termos normais das eleições que se fazem nesta Assembleia ou então não se deve fazer nada.
Vozes do CDS: - Muito bem!
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Luis Nunes.
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Sr. Presidente: As normas regimentais só podem ser modificadas num caso concreto se houver unanimidade dos Deputados presentes. Basta que haja um só dos Deputados que reivindique o curnprimento do formalismo normal do Regimento para que a eleição, sob pena de nulidade, tenha de ser feita como se faz normalmente.
Neste sentido, apoiamos as posições aqui apresentadas no sentido de esta votação ser feita da mesma forma que são feitas as restantes eleições.
O Sr. Presidente: - Portanto, para que assim seja, só vejo uma solução: ou fazemos o intervalo ou vamos interromper para almoçar. A Assembleia que decida.
Pausa.
Tem a palavra o Sr. Deputado José Lúís Nunes.
O Sr. José Luís Nunes (PS): - Como foi há pouco dito pelo Sr. Deputado Salgado Zenha, nós aceitamos