não foi possível entendemos que neste momento, entre não ter Orçamento ou ter este Orçamento, a proposta dos 14 milhões de contos è um passo no sentido de resolver e de superar uma dificuldade real do País.
O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Muito bem!
oram feitas há dois meses pelo PSD.
O Orador: - Sr. Deputado, desculpe, mas V. Ex.ª não leu convenientemente a intervenção do Dr. Sá Carneiro. Remeto-o para a leitura alenta da intervenção, já que não é isso que o Sr. Deputado acabou de dizer que decorre das palavras do Dr. Sá Carneiro.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado António Rebelo de Sousa.
O Sr. António Rebelo de Sousa (Indep.): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Pedi a palavra apenas para dar um esclarecimento.
Em primeiro lugar, gostaria de anotar que o Sr. Deputado Bento Gonçalves continua a nào responder às questões que lhe são colocadas e, em segundo lugar, gostaria ainda de referir que, em nosso entender, no entender dos Deputados independentes sociais-democratas, não é uma atitude realista aquela que se prende apenas com a apresentação de propostas na especialidade.
Não faz sentido dizer-se que se é realista quando se trata de apresentar certas propostas na especialidade, e na prática, em relação a certas votações na generalidade, um partido abster-se de tomar uma posição clara e definitiva sobre temas candentes para a situação económica e política nacional.
Em nosso entender, è pura demagogia defender-se, por um lado, a necessidade de clarificação da situação política, lá fora, e, por outro, praticar-se, cá dentro, a negação daquilo que se diz defender, o que è uma atitude de pura e simples ambiguidade.
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Veiga de Oliveira.
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não fora o facto de as palavras do Sr. Deputado Bento Gonçalves irem para o Diário da Assembleia da República, e não valeria a pena responder-lhe, nem mais uma vez relembrar-lhe algumas coisas. . . Porém, vou fazê-lo e a primeira coisa que relembro tem a ver com o seu foro intimo - e que é seu foro intimo, mas sobre ele qualquer um pode ter uma apreciação: é a de que o Sr. Deputado não se deve iludir a respeito do que considera a verdade. Deve pensar sempre que a verdade que considera é a sua e que outros podem ter outra opinião sobre ela.
Vozes do PCP: - Muito bem!
O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Mas foram para a abstenção, o que é a mesma coisa.
O Orador: - Depois procurámos por todos os meios encontrar um texto de substituição, que o Sr. Deputado reconhecerá que é mais próximo de certas teses que eram defendidas não pelo seu partido mas por outros e que foi aprovado; fizemos tudo para que no período de uma semana se conseguisse chegar a esta lei, ficando, inclusivamente, aqui até altas horas da madrugada a discutir e a encontrar fórmulas aceitáveis; fomos, inclusivamente, nós que propusemos o método que tornou possível encontrar um texto comum.
Mas se, depois de tudo isto, o Sr. Deputado repete que o culpado é o PCP, eu levarei isso à conta do que se dizia antes: que nós éramos culpados de chover e de não chover... Não somos, Sr. Deputado. Antes fôssemos...
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, desculpem lembrar-lhes, mas acho necessário, que o tempo está a correr e depois para o fim vai faltar-lhes e nessa altura terei de ser intransigente.
Tem a palavra o Sr. Deputado Bento Gonçalves.
O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Sr. Deputado Veiga de Oliveira, eu lembro-me muito bem que o PCP se absteve nessa votação, mas como o Sr. Deputado se lembra também muito bem, porque até tem uma memória que reconheço ser melhor do que a minha...
O Sr. Vital Moreira (PCP): - Lá isso é!
O Orador: -. . ., essa abstenção permitiu ao PS inviabilizar a continuação da discussão. O sr. Deputado sabe isso muito bem, factos são factos e não há dúvida nenhuma de que isso aconteceu.
O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?