sivos conselhos de jurisdição se revelaram incapazes de aclarar. Este expediente revelou-se, em nova versão, recentemente, chegando-se ao extremo de transcrever no Jornal "0 Tempo" o relato integral de um Conselho Nacional do PSD.

São assim conhecidas, desde aquela data, as razões de uma divergência que pode sintetizar-se como segue: A posição relativamente ao Presidente da República;

b) 0 problema das eleições antecipadas e do referendo para obter uma revisão da Constituição;

c) A estratégia de oposição ou contestação ao "sistema";

d) 0 problema das relações interpartidárias; e), 0 modo de ser oposição ao Governo.

3 - 0 desenvolvimento coerente da linha estratégica definida pela Comissão Política eleita no Congresso Nacional do Porto foi mais tarde assumida em documento destinado a proporcionar uma reflexão preparatória do Congresso de Lisboa de Julho de 1978, o que ficou conhecido como "Opções Inadiáveis" e que foi subscrito por uma larga maioria de Deputados.

parece logo evidente que não foi "perdoado" que esse grupo de Deputados tivessem tido a ousadia de expor e defender posição contrária à de Sá Carneiro e dos sá-Carneiristas.

Tanto mais que, até ao Congresso de Lisboa, estes foram forçados a rever ou ocultar a sua estratégia e a deixarem de falar, por exemplo, no referendo.

4 - Parece inquestionável que os subscritores da moção "Opções Inadiáveis" respeitaram sem subterfúgios, as deliberações do Congresso Nacional de Lisboa (Julho de 1978).

Confrontar o seu comportamento com a ofensiva de entrevistas e incluindo a publicação do livro Impasse e declarações de Sá Carneiro, após o Congresso Nacional do Porto, é, por si só, esclarecedor.

Assistiu-se, assim, a uma sensação exterior de apaziguamento, que as notícias do convite de Sá Carneiro para pertencer ao C.P.A.G., ou seja, o "Gabinete Sombra", do PSD, iam também alimentando, sem prejuízo de não ter cessado, em termos de "bases" do partido, a campanha alimentada no período anterior ao Congresso e de que o Povo Livre era porta-voz.

Aí se ia insinuando ou afirmando que os Deputados não eram representativos, que não tinham apoio das "bases", e que a atitude dos "inadiáveis" tinha, por fundamento, em exclusivo, inconfessáveis interesses e ambições pessoais.

dizer-se não ter havido método, pelo menos próprio de pessoas civilizadas e sérias.

É neste contexto, sumariamente descrito, que terá de enquadrar-se o problema do Plano e do Orçamento.

e tal alteração de estatutos significou, pura e simplesmente, a ruptura do compromisso entre o Partido e os Deputados. Convidados e tendo aceite um enquadramento e um espírito para a sua acção parlamentar, verificam-se agora alterado pelo Partido, unilateralmente e por mero acto de força sá-carneirista.

7 - A posição adoptada não pareceu, porém, significante para quem se não dá bem com processos democráticos.

Verificado que os estatutos conservavam um artigo (o artigo 53.º) com suficiente clareza, e sendo certo que os próprios poderes de fiscalização atribuídos ao Conselho Nacional só fariam sentido conservando o grupo parlamentar a sua autonomia face à Comissão Politica, visto que se fossem meros transmissores da vontade daquela apenas esta deveria ser politicamente fiscalizada, inicia-se uma rápida escalada.

Contra os estatutos e perante, mais uma vez, a passividade de um conselho jurisdicional na sua maioria envolvido no "fogo", os conselhos nacionais começaram a "interpretar": primeiro, deliberando que as decisões seriam tomadas pelo presidente do partido e Comissão Política Nacional, "ouvido o grupo parlamentar". Depois, com o Conselho Nacional do Vimeiro, desaparecendo até a referência à prévia audição do grupo parlamentar, passando então este a ser entendido, só, como transmissor. 0 partido dera mais um passo no sentido do seu extremismo. Muito embora se conhecesse a posição contrária do grupo parlamentar e que a Comissão Política a custo admitiria como declaração política do Partido.