O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra, Sr. Deputado Vital Moreira.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - É óbvio, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que há uma falta na minha intervenção. Quando me referi ao Sr. Alberto João Jardim, devia ter-me também referido aos processos e porta-vozes do Sr. Alberto João Jardim na Assembleia da República ...

...e àqueles que competem, ou tentam competir e concorrer, em matéria de ridículo com o Sr. Alberto João Jardim.

Risos do PS e do PCP.

O Sr. Deputado Pedro Roseta foi simplesmente ridículo.

Vozes de protesto do PSD.

O Sr. Cunha Simões (CDS): -O Sr. Deputado Pedro Roseta não foi rídículo.

O Orador: - Foi pura e simplesmente ridículo porque não protestou nenhuma das afirmações que eu proferi sobre o Sr. Alberto João Jardim.

Permitirme-ia, entretanto, terminar este contraprotesto com a citação de uma passagem de um depoimento proferido por um Deputado eleito pelo círculo regional da Madeira, a propósito, de resto, do Sr. Alberto João Jardim, e cuja verticalidade moral e polítíca não sofrem qualquer espécie de confrontação, como acontece com o Sr. Alberto João Jardim, em termos positivos, obviamente..

Dizia assim esse Deputado, que, certamente todos identificarão:

A Madeira não precisa de vozes obedientes. Necessita, sim, cada vez mais de cérebros pensantes, criaturas sobretudo capazes de atitudes verticais e corajosas, que poderão ser concordantes ou discordantes com actos de outros, mas nunca discordantes de si mesmas. Necessita de vozes que não sejam ecos da voz de um chefe. Vozes, que sejam, sim, apenas reflexos das suas consciências.

O Sr. Deputado Pedro Roseta foi um exemplo claro da primeira referência da parte final deste artigo.

Aplausos do PCP.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Roseta.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Fui mencionado pessoalmente. Lamento que por vezes a Mesa seja tão pronta a censurar determinados Deputados que ofendem outros e não tenha chamado a atenção do Sr. Deputado Vital Moreira.

O Sr. Presidente: -Sr. Deputado, podia dizer-me qual foi o termo ofensivo contra si?

O Orador: - Chamou-me ridículo ao longo de toda a intervenção, Sr. Presidente ...

Risos do PS e do PCP.

... Mas isso não é senão um pormenor ...

Todavia, o que me faz pena é este estrebuchar, estes risos tolos, pelo facto de a curto prazo ser dissolvida esta Câmara.

Risos do PCP.

Faz-me pena constatar que o Sr. Deputado Vital Moreira cai neste estrebuchar delirante e envereda pelo ataque. Contudo, não lhe reconhecemos qualquer autoridade moral para o fazer. No entanto, se quiser dar lições de democracia e direitos humanos, dê-as aos seus camaradas, não só do seu partido como também dos partidos seus associados ou amigos...

O seu estrebuchar faz-me pena, merece-me efectivamente o desprezo total, uma dor absoluta.

Aplausos do PSD.

O Sr. Vital Moreira (PCP): -Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Vital Moreira.

O Sr. Vital Moreira (PCP): - O Sr. Deputado Pedro Roseta perdeu as estribeiras - compreende-se. Na realidade, não disse que o Sr. Deputado Pedro Roseta é ridículo,...

Vozes de protesto do PSD.

... essa autoclassificação é uma questão de autopsicologia, é uma questão só com o Sr. Deputado Pedro Roseta.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Olha quem fala!

O Orador: -Apenas disse que foi ridículo na sua intervenção e digo agora que foi despropositado.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Disse!

O Sr. Cunha Simões (CDS): -Isso é mentira! O Sr. Deputado Pedro Roseta não é ridículo!

O Sr. Presidente: -Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria Emília de Melo.

A Sr.ª Maria Emília de Melo (PS): -Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria trazer aqui em breves palavras o caso que se está a passar na região do Porto nas fábricas Jacinto.

Acontece que há já algum tempo, por ser presidente da Assembleia Municipal da Maia e ter recebido um ofício da comissão de trabalhadores da fábrica Jacinto, tive oportunidade de trocar impressões com eles e posteriormente, receber todas as informações que tiveram a gentileza de me enviar, demonstrando nessa altura a sua preocupação pela forma como as coisas se iriam processar.

Eles não punham a questão da nacionalização, pois sabiam que isso estava fora de hipótese, mas, sim, a