A segunda questão era esta: o Sr. Deputado Pedro Roseta fala, com ar convencido, de uma nova maioria. Claro que isso é uma coisa em que ninguém acredita e até pensamos que os inventores desta nova maioria também não acreditam nela. Mas não estarão por essa via a tentar, já à partida, retirar o sentido uni as eleições que se irão realizar?

As duas últimas questões que gostaria de colocar referem-se a afirmações já aqui produzidas hoje nesta Câmara Para o Deputado Amaro da Costa o Governo Moía Pinto era um bom Governo de gestão e até era um bom Governo para preparar as eleições intercalares. Para o Deputado Pedro Roseta passa-se o mesmo? Pensa o Sr. Deputado que o Governo Mota Pinto poderia ser de facto um bom Governo de gestão e um bom Governo para preparar as eleições intercalares?

Por último, lambem foi aqui dito pelo Sr. Deputado Amaro da Costa que o CDS não é pelas eleições a todo o preço. Isto e, o CDS ate já nem é pelas eleições.

O Sr Carlos Robalo (CDS); - O Sr. Deputado!

O Orador: O Deputado Amaro da Costa lá sabe porque!

Protestos do CDS.

O Orador: - Eu pergunto ao Sr. Deputado Pedro Roseta...

O Sr. Carlos Robalo (CDS): Isso e de uma cobardia incrível. Sr. Deputado!

O Orador: -Sr. Deputado Carlos Robalo!

O Sr. Carlos Robalo (CDS): Sr. Deputado, faça as perguntas e não utilize...

O Orador: - Sr. Deputado Carlos Robalo, se não se imporia, não meta tanta água!

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - O Sr. Deputado e que está a afundar-se.

O Orador: - Quanto ao Sr. Deputado Pedro Roseta,

gostava de lhe perguntar se c PSD também não é pelas eleições a lodo o preço. Isto é, o PSD também tem medo das eleições?

O Sr. Presidente: Queira responder, Sr. Deputado

Pedro Roseta, se assim o entender.

O Sr. Pedro Roseta (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados; Se alguém tivesse dúvidas sobre quem esta a estrebuchar desesperada e desvairadamente, teve agora a prova.

Risos do PS e do PCP.

O Partido Comunista Português, como todos aqueles que se arrobam detentores de uma verdade que e só deles, julga-se no direito de impor e de qualificar objectivamente as posições dos outros.

O Partido Comunista Português, que foi de todos os partidos políticos que têm existido em Portugal, desde que os. partidos apareceram no século passado,

aquele que mais grosseiros insultos, mais sórdidos processos utilizou nestes últimos cinco anos, vem agora, qual virgem, com a virgindade milagrosamente

recuperada...

..., ousar-se sentir-se ofendido quando se repete aquilo que eu aqui disse, que foram apenas verdades, e foi apenas uma pane ínfima da verdade.

O Sr. Bento Gonçalves (PSD): - Muito bem! Risos do PS e do PCP

O Orador: - Mas a vossa arrogância e o vosso desespero deixam-nos indiferentes.

O Sr. Sousa Marques (PCP): - Faz o mal e a caramunha!

O Orador. - Sr. Deputado Carlos Brito, o Partido Comunista Português, partido que faz o mal e a caramunha, como eu costumo dizer - fazem bem em recordar-me essa de que já me ia esquecendo... não tem qualquer autoridade moral ou política, ou qualquer outra, para fazer protestos desses. Volto a repetir aquilo que já lhes disse: desprezo-os c rio-me deles.

Vozes do PSD: - Muito bem! Protesto do PCP.

O Orador: - Já agora peco-lhes para me deixarem continuar. Estrebuchem, sim, mas com menos barulho. Não nos massacrem com esse estertor.

Risos do PS e do PCP.

O Sr. Deputado tirou conclusões do facto de há dias, em diferentes locais deste hemiciclo, se encontrarem dissidentes do PSD que, ao que parece, entram em Governos de todo o cariz. Mas a conclusão que eu tiro, Sr. Deputado Carlos Brito, é que é grande o Partido Social-Democrata que dá para estes Governos todos.

Aplausos do PSD e risos do PS e do PCP.

Aquilo que para nós são meras sobras, que desprezamos, os outros apanham-nas avidamente. Se calhar o Partido Comunista também as queria!

Aplausos do PSD

O PCP está com inveja de ainda não ter apanhado nenhuma sobra!

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PCP.

O Orador: - Ao contrário daquilo que o Sr. Deputado afirmou, nós não apostámos em aguentar o Governo Mota Pinto até às eleições intercalares - e aí respondo aos dois Srs. Deputados que me interpelaram. É evidente que nunca quereríamos que houvesse um Governo de gestão que, tal como acontece