emprego na agricultura e pela diminuição da produção agrícola, quais as medidas que o Ministério tenciona tomar para que, continuando embora a entregar reservas e a sentir dificuldades na realização de expropriações, não afecte o actual nível de emprego e produção das UCPs e cooperativas?

O Sr. Presidente: - Sr. Ministro da Agricultura e Pescas, V. Ex.ª deseja responder de imediato à interpelação que lhe acaba de ser feita ou, visto haver mais interpelantes inscritos, prefere responder a todos em conjunto, no fim?

O Sr. Ministro da Agricultura e Pescas: - Responderei no fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Nesse caso tem a palavra o Sr. Deputado Carvalho Cardoso.

O Sr. Carvalho Cardoso (CDS): - Sr. Ministro, apreciei muito o pragmatismo do seu discurso, o que já esperava, dado o profundo conhecimento que tenho da sua actividade e das suas capacidades.

Todavia, gostava de pedir mais alguns esclarecimentos, uma vez que, apesar do esforço que V. Ex.ª fez para responder a uma pergunta que fiz ao Sr. Ministro da Coordenação Económica e do Plano, não me considero totalmente satisfeito com a sua resposta. Peço-lhe o favor, caso seja possível, de ser agora mais conciso.

A pergunta que fiz ao Sr. Ministro da Coordenação Económica a do Plano foi relativamente ao problema do crédito. O Sr. Ministro respondeu-me agora de uma maneira geral, dizendo que iria tomar providências no sentido de repor, porque não existe neste momento em Portugal, o crédito agrícola para o investimento, e o Sr. Deputado Vítor Louro apresentou já os 46 papéis que são necessários para certos investimentos. 0 problema, penso eu, é que não há uma coordenação eficiente entre a entidade refinanciadora do crédito agrícola, que é o IFADAP, e o Ministério da Agricultura e Pescas que deve ser aquele que define a política agrária deste país. Foi assim que foi legislado nesta Câmara quando se modificou o estatuto do IFADAP o julgo que é assim que deverá ser.

0 apelo que faço ao Governo é no sentido de que rapidamente ponha o crédito agrícola em acção, quer de investimento quer de campanha, e que coordene esse crédito, pois só assim é que se pode, estabelecer uma política agrícola.

0 IFADAP é uma entidade refinanciadora, tal como foi definido pela legislação desta Assembleia, e mais não deve ser. 0 Governo não deverá montar linhas paralelas de actuação, que, com certeza, entrarão em conflito com o MAP.

O Sr. Ministro sabe perfeitamente que neste momento as cooperativas de transformação e comercialização correm o risco de serem gravemente afectadas e até de desaparecerem. As adegas cooperativas e as cooperativas fruteiras têm uma implantação enorme neste país e representam um papel fundamental e, neste momento, não têm ainda qualquer garantia de financiamento dos habituais abonos aos seus cooperantes, que lhes vão entregar os seus produtos para transformar e comercializar.

à beterraba. Gostaria aqui de juntar uma sugestão válida, julgo eu, para este problema. Fiquei satisfeito por o Governo dizer que vai continuar com a introdução da cultura da beterraba sacarina em Portugal. Há muito tempo que nesta bancada defendemos essa introdução e durante, os sucessivos Programas de Governo - houve uma que se esqueceu, mas emendou mais tarde - lutámos por essa cultura, que nos parece indispensável, apesar de haver um excesso de açúcar no Mercado Comum. Mas a própria CEE dá luz verde para

uma certa produção de açúcar neste país.

O Sr. Vítor Louro (PCP): - A CEE dá luz verde e, como tal, podemos produzir...

Risos do PCP.

O Orador: - Se se tratasse do Pacto de Varsóvia era muito pior, pois não seria luz verde, mas sim luz obrigatória!

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Sr. Jorge Leite (PCP): - Belo lapso!

o maior interesse, aliás, como a CAMPSA em Espanha já o está a fazer.