A Oradora: - Mas como o Sr. Deputado Pedro Roseta invocou este argumento a propósito dos partidos dos quais diz não se poder alterar o nome, queria apenas perguntar se a Aliança já é um partido único.
A Sr.ª Maria Emília de Melo (PS): - Muito bem!
A Oradora: - Relativamente ao Sr. Deputado Nuno Abecasis, desejaria dizer que nunca me preocupei ou fui chocada pelo facto de o Sr. Deputado invocar os seus princípios de católico sempre que aqui defendeu alguma posição sua, pelo contrário, respeito-os muito e acho que, inclusivamente, se devem divulgar os princípios de cada um.
No entanto, o Sr. Deputado Nuno Abecasis diz que procedeu sempre com independência em relação a esses mesmos argumentos. Nesse caso pergunto por que é que o partido a que pertence se chama democrático-cristão?
O Sr. Nuno Abecasis (CDS): - Não se chama não. Chama-se Centro Democrático Social!
A Oradora: - Por que é que tem o nome de cristão e não se há-de chamar democrata-centrista, social ou outra coisa no género?
O Sr. Carlos Robalo (CDS): - Temos uma política democrática-cristã, o que é diferente!
O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Roseta.
nós não aceitamos que nos qualifiquem de democratas ou não! Quem nos pode qualificar é o povo português, e só ele pode dizer se nós somos ou não democráticos.
Vozes do PS: - Não são os únicos!
O Orador: - Se nós nos submetemos ao sufrágio universal, se nós queremos ser o maior partido português de acordo com o sufrágio universal ...
Vozes do PS: - Ah!... Querias!
O Orador: - ... é, efectivamente, porque somos um partido democrático e aí é que está a gravidade das afirmações do Partido Comunista e da Sr.ª Deputada Teresa Ambrósio.
Portanto, julgo que, pelo facto de ofender dois partidos presentes nesta Câmara, para além de outros e para além do povo português...
Risos do PS.
... até se justificaria que o protesto fosse mais veemente porque não ofendeu só um.
Repare, Sr.ª Deputada, que aquilo que a nós choca não é propriamente a ofensa à estrutura partidária ...
Vozes do PS: - Ah!
O Orador: - ...; aquilo que nos choca é saber que, quer os senhores queiram, quer não, estes partidos portugueses representam 40 % do povo português, e ao ofenderem estes partidos estão a ofender, a chamar não democráticos aos 40 % do povo português que confiam e isto tem que ficar muito claro.
Sr. Presidente: O Sr. Presidente tem nesta parte final, infelizmente, uma graça pesada e infeliz. Eu não sei se o Sr. Presidente quer, propositadamente, confundir a bancada do Partido Comunista com a do Partido Socialista... Nós sabemos que são ambos marxistas, mas eu distingo-os, o se o Sr. Presidente não os distingue é consigo.
Protestos do PS.
Eu quando disse há pouco, Sr. Presidente - e quero que isto fique muito claro -, que não me importava com insultos, que aquilo que o Partido Comunista dizia não se escrevia, referia-me, e ficou claro, pode ver-se o Diário, exclusivamente ao Partido Comunista, por razões que são evidentes e que eu já várias vezes aqui referi.
O Sr. Jorge Leite (PCP): - Pode-se ver no Diário!
O Orador: - O Sr. Presidente, ao referir isso relativamente ao Partido Socialista, fazendo uma mistura que não fiz, ao aplicar isso a uma Deputada que eu prezo, que foi minha colega na Comissão de Educação, Ciência e Cultura, tendo nós trabalhado juntos durante anos, cometeu uma injustiça inqualificável.
Quero ainda lembrar que o Sr. Presidente não pode fazer juízos subjectivos sobre os insultos; o Sr. Presidente diz que é isento, até hoje pode-o ter sido, mas hoje não está a sê-lo - é a nossa opinião!
Protestos do PS.
O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Não se exaltem ...
O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, peço o favor de manterem a calma.
O Orador: - Estou a utilizar o meu tempo, não sei se o Partido Socialista quer fazer censura ...
Vozes do PC: - Vocês é que querem fazer censura!