... chegaram a entrar no pormenor, ao longo desta Legislatura, de fazer apreciações, não sei se erótico-psicanalíticas, sobre o seu nariz...

...É este o Partido Socialista, o tal dos gauleiter. do nariz, que vem agora dar lições de respeito e de sobriedade?!...

Ê este o partido de quem nós ainda agora ouvimos em apartes a própria Deputada Teresa Ambrósio dizer, ou sugerir, pelo menos, que a aliança não era democrática...

O Sr. Ferreira Uma (PS): - É que temos dúvidas...

O Orador: - Sr. Presidente e Sr. Deputado Carlos Laje, sempre foi considerado nesta Casa um insulto dizer-se que um partido não era democrático e sempre a Mesa chamou a atenção para isso. Nós acabamos de ser visados por esse insulto pelas bancadas do Partido Comunista e do Partido Socialista, e estes partidos, apesar de fazerem o mal, ainda se atrevem a vir dizer que nós...

Vozes do PS: - Fazem o mal e a caramunha ... Risos.

O Orador: - Fazem o mal c a caramunha, é evidente!

Risos do PS.

E ainda se atrevem a dizer que nós é que os provocamos! Isto, Sr. Presidente e Srs. Deputados, é efectivamente a fábula do lobo e do cordeiro: aqueles que fazem o mal é que efectivamente querem ser triunfadores!

Diz o Sr. Deputado que nós qualificamos o Partido Socialista e o Partido Comunista como aliança marxista, que lhe demos outras qualificações quaisquer. o que não é verdade. «Sarna marxista» foi palavra que nunca ouviram nem na minha boca nem na de qualquer dos meus companheiros. A única expressão que utilizámos foi a de «partidos marxistas» eu, quando muito, «maioria marxista», o que não quer significar que exista uma aliança, obviamente. Mas o facto de dizermos «partido marxista» julgo que não será um insulto; toda a gente ouvia gritar nos comícios do Partido Socialista: «Partido Socialista - partido marxista.» Consta do vosso programa, aliás. Ou será que agora querem escamotear aquilo que está no vosso programa, na altura das eleições?

Vozes do PS: - E no vosso, não?

O Orador. - Portanto não houve da nossa parte qualquer insulto.

Nós chamamos a atenção da Câmara para o que efectivamente há aqui, e isso já há muito tempo que é uma dupla medida: é que a maioria desta Assembleia quer ser tratada de uma determinada forma e quer que a minoria se]a tratada de outra forma Esta dupla medida é que é inaceitável e é inaceitável da parte do Partido Socialista, que é um partido democrático. E aí está a diferença - e acabo per onde comecei- entre o Partido Socialista e o Partido Comunista: é que a nós bem pouco nos importa o que este partido diz, como repetidamente aqui temos referido, até porque a credibilidade de 14% que o povo português lhe atribui é muito pouco. Mas há realmente uma diferença: o Partido Socialista era até agora o maior partido português,...

A Sr.ª Emília de Melo (PS): - «Era»? Então já houve eleiçiões?

O Orador: - ... é um partido democrático, nós queremos que efectivamente haja entre partidos democráticos boas relações e não podemos admitir provocações como aquela que começou por ser feita pela Sr.ª Deputada Teresa Ambrósio e que me levou a esta intervenção.

O Sr Presidente: - Srs. Deputados, já foi ultrapassada a hora regulamentar, mas se, como me parece, VV. Ex.ªs entendem que devemos continuar este assunto, assim se fará e seguiremos a ordem de inscrições.

Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Abecasis.

em que estejamos incluídos é uma aliança não democrática. Que digam que é conservadora, não nos afecta nem nos belisca coisíssima nenhuma; não temos qualquer complexo disso.

Vozes do PS: - Ah!

O Orador: - Mas o que gostava de perguntar ao Sr. Deputado Salgado Zenha é se ouviu desta bancada qualquer ofensa ou qualquer indício de hostilidades com o Partido Socialista ou com qualquer outro partido que esteja nesta Assembleia.

Penso que fomos correctos e que nada justificava o que o Sr. Deputado Carlos Laje disse.

O Sr. Presidente: -Tem a palavra o Sr. Deputado Magalhães Mota.

O Sr. Magalhães Mota (Indep.)- Sr. Presidente, Srs. Deputados: Queria apenas apelar para toda a Câmara para que efectivamente nos ocupássemos do debate do Programa do Governo.

A Sr.ª Alda Nogueira (PCP): - Muito bem!