e deste debate e que tem os olhos postos em Novembro e em particular em Novembro nas ilhas atlânticas! ...

Vozes do CDS e do PSD: - Muito bem!

O Orador: - É lógico que assim seja e não levo a mal nem critico especialmente o Sr. Deputado ou qualquer outro seu colega ou meu colega que adopte este procedimento. Era lógico que assim se passasse, era de, esperar que assim acontecesse, como era de esperar que acontecesse certo tipo de chicana ou certo tipo de excitação e de falta de serenidade que tem ocorrido nesta Casa nestes dias; também era natural que isso acontecesse e era de esperar que acontecesse. Nós somos homens e somos políticos e sabemos todos que há um certo nível de confrontação que inevitavelmente ocorre em circunstâncias como aquelas que estamos a viver. Isso não é aquilo que há de mais desprestigiante para este Parlamento e o Sr. Presidente da República cometeu, a esse título, uma contradição grave ao pretender-nos fazer crer que este debate serviria para maior prestígio da Assembleia da República.

Mas há ainda um segundo elemento importante a este propósito que quereria acrescentar: é que este debate, longe de favorecer a tarefa do Governo que o Presidente da República entendeu nomear, está a comprometer seriamente a tarefa desse Governo. Se este debate não se tivesse realizado, não teria havido em torno do Governo o dramatismo e a exacerbação de posições que tem havido.

Vozes do CDS: - Muito bem!

A Sr.ª Maria Alda Nogueira (PCP): - Isso é uma intervenção?!

Vozes do PCP: - E os senhores?

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Todos os partidos têm. Calem-se!

O Orador: - Os Srs. Deputados não querem que eu fale? O Sr. Presidente pode dizer-me se estou autorizado a falar?

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, o CDS dispunha de minuto e meio e o Sr. Deputado Amaro da Costa está a falar há seis minutos. Eu não intervim porque há pouco, na reunião dos grupos parlamentares, ficou assente - e o próprio CDS colocou esse problema que, se porventura se se necessitasse de mais alguns minutos para um protesto ou para qualquer esclarecimento, seriam concedidos. Tal como foram concedidos ao PS mais dez min;utos a seu pedido, também entendi não dever até agora interpelar o Sr. Deputado Amaro da Costa. Peço-lhe, no entanto, que abrevie.

O Orador: - Penso, Sr. Presidente, que não exagero se reivindicar os mesmos dez minutos que foram dados ao Partido Socialista.

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Por nossa parte estão concedidos. Ouvimo-lo sempre com muito gosto.

O Sr. Amândio de Azevedo (PSD): - Concedidos por si ...

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Cada um fala do lugar que lhe compete!

O Orador: - Quereria fazer agora um protesto.

O Sr. Deputado Jaime Gania permitiu-se fazer comentários, que eu acredito que não foram resultado de má fé, mas apenas de falta de informação, acerca da natureza dos, problemas que trouxemos aqui a debate, pelo nosso lado. Nós temos a consciência de que todos os problemas que levantámos interessam ao povo português e não de-mos ao Sr. Deputado o direito de ajuizar se os seus problemas interessam mais ao povo português do que os nossos problemas.

Vozes do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Querer-lhe-ia fazer um exórdio, e não o faço por iniciativa pessoal, mas apenas por um sentimento de coerência lógica que se deve viver nesta Casa e em particular por parte das bancadas que se reclamam de certos princípios.

O Sr. Deputado Jaime Gama sabe que o Sr. Deputado Salgado Zenha fez ontem uma certa crítica a afirmações de reserva e de crítica que eu próprio tinha feito ao Sr. Presidente da República, alegando que isso não era correcto...

O Sr. Salgado Zenha (PS)-. - Os termos é que considerei ofensivos, não propriamente a crítica em si!

O Orador: -... pelo facto de o Sr. Presidente não estar aqui para responder, disse o Sr. Deputado Salgado Zenha.

O Sr. Salgado Zenha (PS): -0 senhor empregou o termo traição que eu considero ofensivo.

O Orador: - Eu insisto, continuo a sentir-me ...

O Sr. Salgado Zenha (PS): - Pode sentir-se como quiser, mas o termo traição é ofensivo!