meiro lugar, pelos capitães que o fizeram com coragem e o defendem com amor, suscitando as iras da coligação governamental.

Aplausos do PS.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Está a delirar!

do mais, é um pouco ridículo montar tal propaganda a propósito de um objectivo de redução de apenas 4 pontos na taxa de inflação.

Mas tendo em conta as medida? anunciadas, sacrifica-se a criação de postos de trabalho, o desenvolvimento económico e a melhoria substancial do bem-estar da população portuguesa.

Será esta a recompensa que os eleitores de condição modesta da AD receberão? E se não é pior ainda, isso ficará a dever-se às preocupações eleitorais do Governo.

A lógica desta política vai no sentido de privilegiar os interesses privados e de asfixiar o sector público da «economia.

O PS, que tem recomendado a adopção de uma política económica expansiva, o aumento do nível de vida da população e a criação de novos empregos, vê com apreensão e condena esta míope visão e o não aproveitamento das condições positivas já criadas pelo restabelecimento dos equilíbrios da economia.

O Governo tem outras preocupações. Vai colocar a população portug uesa sob o espectro da continuação do declínio ou estagnação do seu poder de compra, da agudização do desemprego e da instabilidade social.

A esta luz se deverá julgar a decisão do Governo de devolver às associações sindicais quarenta convenções colectivas de trabalho que consagram aumentos salariais mais do que justos - provocando com esta atitude arbitrária naturais protestos dos trabalhadores com os quais o PS se manifesta solidário.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - O PS não pode também deixar de condenar a ofensiva contra a Reforma Agrária dirigida por um homem do agrado dos latifundiários e que não dá quaisquer garantias de respeito pela legalidade, para não falar do seu desamor pela Reforma Agrária.

Aplausos do PS.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: O Governo não consegue disfarçar o ambiente de mal-estar social que a sua política gera. Até os mais indefectíveis eleitores da AD se começam a interrogar sobre o sentido da utilidade do seu voto!

O Sr. João Lima (PS): - Muito bem!

O Orador: - Mas o mais espantoso é que este Governo, passado mais de um mês, ainda não logrou substituir os governadores civis socialistas, gerando uma situação paradoxal: os socialistas, que estão em oposição frontal, por todo o País e em todos os sectores, a este Governo inapto e retrógrado, são obrigados a assegurar o funcionamento dos governos civis até que a AD concilie as ambições dos seus caciques distritais, que disputam apaixonadamente sobre qual dos componentes da Aliança terá direito ao lugar e, depois, qual dos candidatos há-de ser contemplado com tão almejado prémio...

Aplausos do PS e do Sr. Deputado Luís Catarino (MDP/CDE).

Sr. Presidente, Srs. Deputados: O comportamento do Governo no sector da comunicação social reveste-se de indiscutível gravidade.

As escandalosas demissões dos quinze gestores da comunicação social, acompanhados pelo afastamento de Helena Torres Marques, director-geral da Administração Local, de Maria Adelaide Rocha, director-geral do Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis, e do engenheiro Trigo de Morais, da administração da Tabaqueira, configuram actos de autêntico saneamento político e da mais arbitrária discriminação.

O Governo prescinde de apreciar a competência e cuida apenas da cor política. Dispensa a isenção e a capacidade e preocupa-se com a confiança partidária. Afasta aqueles que são isentos, prefere, aparentemente, os seus «comissários políticos». Se Soares Louro, Amílcar Martins, Pegado Lis e todos os outros fossem da AD, seriam substituídos?

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - É uma pergunta ingénua que faz sorrir qualquer pessoa minimamente informada. Para o Governo, serve um gestor da AD, não serve um gestor que não o seja, mesmo que tenha capacidade, competência e já tenha disso dado sobejas provas.

O Sr. Presidente: - Terminou o seu tempo, Sr. Deputado.

O Orador: - Vou terminar, Sr. Presidente.

O Sr. Manuel Moreira (PSD): - Ainda bem, Já chega!

O Orador - Mas o recente afastamento dos gestores da RTP, RDP, ANOP e Diário Popular merece uma análise mais detalhada.